quarta-feira, 17 setembro 2025

Policiais penais provisórios alertam para risco de demissão e recebem apoio de deputados na Aleac

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

Após sessão ordinária desta quarta-feira,17, os deputados estaduais ouviram os policiais penais provisórios durante reunião na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). A categoria enfrenta a ameaça de demissão a partir do próximo dia 22 e solicita medidas urgentes do governo estadual.

O policial penal Kenedy destacou o abandono que a categoria enfrenta, mesmo após nove anos de trabalho no sistema prisional. Segundo ele, os profissionais enfrentam condições extremas, incluindo exposição a riscos e ameaças de facções criminosas, e clamam por atenção do Executivo.

“Estamos entregando nossas vidas todos os dias, mas hoje só podemos falar da tristeza, da preocupação e do abandono que essa categoria sofre. Pedimos um tempo necessário para que o Estado possa nos incluir de forma justa”, afirmou o policial.

O líder do movimento, Juranilson Kagy, reforçou que os policiais provisórios não buscam eternizar seus cargos, mas apenas uma transição digna enquanto aguardam soluções do governo. Ele relatou impactos emocionais e físicos da profissão, alertando para a urgência da situação.

“Somos pais de família, humanos, e estamos expostos a riscos constantes. Pedimos ajuda verdadeira para garantir segurança e dignidade. O Estado não vê a nossa saúde mental, mas nós existimos e precisamos de proteção”, disse Kagy.

Deputados presentes manifestaram apoio e cobraram ação do governo estadual. Edvaldo Magalhães ressaltou a excepcionalidade da situação, lembrando que os servidores provisórios foram mantidos por anos em funções de alta responsabilidade e risco, sem garantias adequadas.

“Foi um Estado que chamou esses servidores para cuidar de uma das áreas mais sensíveis da segurança pública. Agora, é dever do governo garantir que esses profissionais não fiquem desamparados”, afirmou Magalhães.

Afonso Fernandes defendeu a realização imediata de reuniões com representantes do governo. “Precisamos ouvir os responsáveis do Executivo e chegar a um consenso. Se não fizermos isso rapidamente, dia 22 esses servidores estarão na rua sem qualquer cuidado do Estado”, alertou.

O deputado Emerson Jarude acrescentou que todos os deputados da Casa gostariam de resolver o problema de forma imediata, mas que a solução depende do governo. “Compreendo a aflição de vocês. Todos aqui gostaríamos de resolver imediatamente, mas infelizmente depende do governo. Vocês trabalham em uma área de alto risco, que envolve crime e facções, e o Estado não pode simplesmente virar as costas. A resposta precisa vir do Executivo com urgência”.

O deputado Adailton Cruz também reforçou a necessidade de ação. “Não é fácil o que vocês enfrentam diariamente. O Estado precisa se manifestar, indicar caminhos e não se ausentar. Medidas excepcionais podem e devem ser tomadas quando há vontade política. Contem conosco para pressionar e buscar soluções, mas a decisão final depende do governo”.

Gene Diniz, que trabalhou mais de cinco anos em presídios, relatou os riscos enfrentados pelos agentes. “Sei das dificuldades de estar dentro de um presídio. Chegar em casa é um alívio, mas a preocupação nunca termina. Vocês precisam de uma resposta urgente”, disse.

Fagner Calegário reforçou que o esforço dos deputados é constante, mas que a solução depende do governo. “O que depender desta Casa, faremos. Mas precisamos que o Executivo se disponha a sentar e ouvir os servidores para resolver a questão”, concluiu.

Ao final, ficou definido que a Assembleia irá articular uma audiência com autoridades estaduais para está quinta-feira, 18, com objetivo de encontrar alternativas que evitem a demissão dos policiais penais provisórios e garantam a continuidade do serviço no sistema prisional.

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