Durante sessão ordinária realizada nesta terça-feira, 9, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Edvaldo Magalhães falou sobre problemas no sistema penitenciário do Estado. O parlamentar alertou para a gravidade da situação, marcada por superlotação, conflitos administrativos e insatisfação entre os policiais penais.
Segundo Edvaldo, o sistema, que já enfrenta problemas históricos, não pode permanecer em clima de tensão interna e sob uma gestão considerada inexperiente. “Uma área tão sensível não pode persistir com conflitos administrativos. Nunca imaginei que teríamos que conversar com agentes penitenciários às escondidas, com medo de represálias”, destacou.
O deputado citou como exemplo a decisão da categoria de não participar das atividades cívicas de 7 de setembro, classificando a atitude como um sinal de que os limites da relação com o governo já foram ultrapassados. “Quando chegam a esse ponto, é porque as coisas já passaram de todos os limites. Não dá para tapar o sol com a peneira”, disse.
Edvaldo também reforçou que desde o início da atual gestão se posicionou contra a escolha do comando do sistema penitenciário, alegando falta de preparo e desconhecimento da realidade enfrentada pelos trabalhadores. “Botaram para dirigir o sistema alguém que é alheio, que desconhece as profundezas do sistema. Não é uma opinião oportunista de agora, eu disse isso lá no início”, afirmou.
O parlamentar criticou ainda o veto do governo a uma emenda apresentada pelo deputado Arlenilson Cunha à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tratava de demandas da categoria. Para ele, os argumentos do veto são “risíveis” e demonstram a falta de prioridade dada ao setor.
“Se tem duas matérias sobre as quais esta Casa tem todo o poder, são a LDO e o orçamento anual. O governo, no entanto, insiste em não atender absolutamente nada no sistema penitenciário”, declarou o deputado.
Edvaldo também ressaltou a necessidade de tratar o tema com urgência e seriedade. “Contem com o meu apoio e solidariedade, mas não contem com um discurso meu para tapar o sol com a peneira. O problema é grave, não vem de hoje, e precisa de solução imediata”, concluiu.