O debate sobre a anistia aos acusados pelos atos de 8 de janeiro voltou ao centro da política brasileira nesta quarta-feira (10). Enquanto a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga Jair Bolsonaro por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado, a maioria da bancada federal do Acre se posiciona a favor de um projeto de lei que pode beneficiá-lo, assim como outros réus investigados pelos ataques em Brasília.
O ex-presidente responde por quatro crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio tombado. Ele é julgado junto a outros sete aliados. Até o momento, o placar é de 2 a 0 a favor da condenação, com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Ainda faltam votar Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma.
No Congresso, os deputados Roberto Duarte (Republicanos), Ulysses Araújo (União Brasil) e Zezinho Barbary (Progressistas) manifestaram apoio à anistia e ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Eduardo Veloso (União Brasil) também defendeu a anistia, mas lembrou que apenas o Senado pode decidir sobre pedidos de impeachment contra ministros do STF.
A deputada Socorro Nery (Progressistas) afirmou não ter formado posição sobre a anistia, mas reforçou que o Senado é o foro adequado para analisar processos contra integrantes da Suprema Corte.
No Senado, Márcio Bittar (União Brasil) tem sido um dos defensores mais enfáticos da anistia. No último 7 de Setembro, declarou que o Brasil precisa “pacificar o país”. “Não é possível que o Brasil, que já concedeu anistia a tantos, inclusive a quem pegou em armas, assaltou bancos e foi para a guerrilha, não conceda anistia agora. Há uma caça à direita. O presidente Bolsonaro está preso sem ter sido condenado”, afirmou.
Alan Rick (União Brasil) também defendeu a medida: “O Brasil precisa votar essa anistia e virar essa página”.
Por outro lado, o deputado Zé Adriano (Progressistas), as deputadas Antônia Lúcia (Republicanos) e Meire Serafim (União Brasil), além do senador Sérgio Petecão (PSD), ainda não se pronunciaram.