Três meses após a morte de Jonnavila Ruanna da Silva, de 32 anos, familiares seguem em busca de respostas sobre as circunstâncias que levaram ao falecimento da enfermeira. Segundo parentes, o laudo oficial, que aponta causas naturais, não refletiria o histórico de agressões sofridas por Jonnavila durante o relacionamento com o namorado, Antônio Pablo Silva Lopes.
No dia 29 de junho, Jonnavila foi levada pelo companheiro a uma unidade de pronto atendimento em Rio Branco, apresentando dores e dificuldade para respirar. No local, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Equipes médicas constataram hematomas pelo corpo, que, segundo familiares, indicam episódios de violência física.
“Mesmo que a causa da morte foi natural, é visível que ela sofria violência física e psicológica durante todo o relacionamento”, afirma uma parente que preferiu não se identificar. Segundo relatos de vizinhos e amigos, a enfermeira vivia sob ameaças constantes, um padrão comum em relacionamentos abusivos.
Após a morte, Lopes chegou a dificultar a retirada dos pertences da vítima e fez ameaças à família, o que levou à sua prisão temporária. Ele foi posteriormente liberado, mas medidas protetivas foram mantidas em favor da família.
Parentes questionam se o laudo considera adequadamente o impacto do histórico de violência sobre a saúde da vítima e pedem investigação aprofundada. “Os hematomas não causaram a morte mas as lesões no corpo, que são diversas, demonstram o histórico de violência”, ressalta a familiar.
Jonnavila havia sido aprovada em primeiro lugar em um processo seletivo do Instituto de Educação Profissional e Tecnológica (IEPTEC) e sonhava cursar medicina. Amigos e familiares lembram dela como alegre e determinada, mas interrompida prematuramente por um relacionamento marcado por agressões.
O caso segue em investigação, enquanto a família continua buscando justiça e esclarecimentos sobre a morte.