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Família de jovem encontrada morta em motel questiona causa da morte e suspeita de assassinato

A jovem Rayza Emanuelle Oliveira Souza, de 26 anos, foi encontrada morta na noite da última quinta-feira, 18, em um quarto de motel localizado na Via Chico Mendes, bairro Triângulo Velho, em Rio Branco. Ela apresentava sangramento na boca e um travesseiro sobre a cabeça.

Rayza tinha diagnóstico de transtorno bipolar e era acompanhada por profissionais de saúde. Segundo familiares, ela fazia uso contínuo de medicamentos e realizava tratamento desde a infância, quando começaram as primeiras crises.

Família contesta versão inicial

Uma tia de Rayza, que pediu para não ser identificada, afirmou que a certidão de óbito emitida pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou a causa da morte como inconclusiva. A família, no entanto, acredita que ela foi assassinada.

“Explicaram que são 15 dias para sair o laudo, que depois será encaminhado à Delegacia de Homicídios. Mas até agora a polícia não nos procurou para dar nenhuma informação. O pai dela foi atrás do delegado para tentar respostas”, relatou.

O delegado Leonardo Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse ao g1 que aguarda o laudo do IML e que, a princípio, o corpo não apresentava sinais de violência.

Rayza deixou dois filhos, de 3 e 9 anos, que estavam sob a guarda da avó materna devido às crises enfrentadas pela jovem.

“Ela não estava tendo contato com os filhos por uma questão de segurança. Quando entrava em surto, abandonava as crianças sozinhas. A família decidiu que era melhor a mãe dela cuidar deles”, contou a tia.

Um dos episódios mais graves ocorreu quando Rayza sofreu um surto dentro do Tribunal de Justiça, em Rio Branco, onde chegou a ficar nua. Na ocasião, ela estava com os filhos, que foram levados pelo Conselho Tutelar.

Família nega prostituição

Após o crime, uma vizinha afirmou que Rayza trabalhava como garota de programa. A família nega.

“Se ela estava se prostituindo, era por escolha, não por necessidade. O pai dela ajudava financeiramente, as tias e a avó também, além dos PIXs que o namorado fazia. Essa história de prostituição não é verdadeira”, rebateu a tia.

Segundo familiares, Rayza morava sozinha no bairro Estação Experimental, tinha formação como técnica de enfermagem e havia iniciado o curso de Direito. Também cursava capacitação para cuidadora de idosos.

No dia da morte, Rayza disse à família que iria para um curso. Mais tarde, contou que chamaria um carro de aplicativo para voltar para casa. Testemunhas informaram que ela foi vista em uma parada de ônibus antes de entrar no motel, minutos após um homem ter entrado no local.

“A gente acredita que ela marcou um encontro e acabou sendo assassinada. O corpo foi encontrado de bruços, o pescoço dela estava muito inchado. Para nós, ela foi enforcada e não teve defesa”, disse a tia.

A família afirma que Rayza nunca usou drogas e descarta a hipótese de overdose. Para eles, a jovem foi vítima de homicídio.

“Ela tinha problemas sérios de saúde mental, dava trabalho, sumia, surtava. Mas era uma pessoa que precisava de cuidados, não de julgamentos. O que queremos agora é justiça”, finalizou a tia.

Com informações do g1/AC.

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