Entre janeiro e agosto de 2025, o Acre registrou US$ 69,1 milhões FOB em exportações, um aumento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total alcançou US$ 61,2 milhões. Os dados são públicos e foram obtidos por meio do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MINDIC), via Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar do crescimento no valor total, a participação dos Estados Unidos como destino das vendas externas do estado caiu de 3,8% em 2024 para 1,2% em 2025. Em 2025, apenas quatro meses registraram embarques para os EUA: janeiro, abril, junho e julho. O destaque foi janeiro, com US$ 552,7 mil exportados, correspondentes a 6,7% do total do mês. Em agosto, não houve registros de exportações para o país norte-americano. Em comparação, em 2024 os EUA compraram produtos do Acre de forma mais contínua, com percentuais significativos em janeiro (15% do total) e junho (4,8%).
A pauta de exportação para os Estados Unidos estava concentrada em poucos produtos. Em 2024, castanha representava 60,8% das exportações para o país, madeira 32,9% e soja 6,3%. Em agosto do mesmo ano, a exportação foi exclusivamente de madeira. Em 2025, diante da retração nos EUA, a castanha, no valor de US$ 224 mil, foi enviada integralmente ao Peru, enquanto a madeira, totalizando US$ 363 mil, teve como principais destinos Alemanha (34,4%), República Dominicana (18,3%), Portugal (15,3%), Espanha (9,5%), China (8%), França (7,7%) e Bélgica (6,8%).
No acumulado de janeiro a agosto de 2025, a soja liderou a pauta, com US$ 20,3 milhões (29,4% do total), seguida pela carne bovina, com US$ 20,1 milhões (29,1%). A carne suína alcançou US$ 11,4 milhões (16,5%). Entre os produtos extrativistas e florestais, a castanha atingiu US$ 9,6 milhões (13,9%) e a madeira US$ 3,3 milhões (4,8%). Juntos, soja, carne bovina, carne suína e castanha representam quase 90% das exportações do estado.
O desempenho mensal apresenta variações significativas. Janeiro de 2025 teve aumento de 159,7% em relação a janeiro de 2024 (US$ 8,2 milhões contra US$ 3,1 milhões). Fevereiro e março também registraram crescimento expressivo, de 48,4% e 42,6%, respectivamente. Abril atingiu o maior valor mensal, US$ 16,9 milhões, 11% acima do mesmo mês de 2024. Em contrapartida, alguns meses apresentaram retração: maio (-14,5%), junho (-21,7%), julho (-3,6%) e agosto (-22,1%).
Durante visita ao Acre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a situação das exportações e as relações comerciais com os Estados Unidos:
“Eu vim aqui dizer para vocês, empresários que exportam, companheiros das cooperativas que exportam, castanheiros que exportam, criadores e pescadores de tilápias que exportam, podem ter certeza do seguinte: o governo brasileiro não quer ser mais do que ninguém, mas não quer ser menos do que ninguém. O presidente dos EUA aprenda a respeitar a soberania desse país”.
Todos os dados sobre valores, produtos e destinos das exportações são fornecidos pela Secex/MINDIC.