O Acre vive um cenário alarmante de violência contra a mulher. Em apenas nove meses de 2025, o estado já contabiliza oito feminicídios — o mesmo número registrado durante todo o ano de 2024.
De acordo com o painel de mortes violentas do Ministério Público do Acre, o estado soma 97 vítimas de feminicídio nos últimos dez anos, entre 2015 e 2025. O perfil das vítimas mostra que a maior incidência está entre mulheres de 20 a 24 anos e de 30 a 34 anos, cada faixa etária com 16 registros. Também se destacam 12 casos entre 40 e 44 anos, 11 entre 15 e 19 anos, 11 entre 25 e 29 anos e 10 entre 35 e 39 anos. Há registros em idades mais avançadas, como seis casos entre 50 e 54 anos, além de vítimas idosas, incluindo uma acima de 70 anos. Entre adolescentes de 10 a 14 anos, cinco meninas foram mortas nesse período.
A maioria dos feminicídios ocorreu em cidades mais populosas. Rio Branco concentra 39,18% das ocorrências, seguida por Tarauacá (11,34%), Cruzeiro do Sul (7,22%), Feijó (6,19%) e Sena Madureira (5,15%). Em relação aos meios utilizados, a arma branca foi responsável por 57,73% dos crimes, enquanto armas de fogo aparecem em 27,84% das ocorrências.
No comparativo recente, em 2024 o Acre teve oito feminicídios em 12 meses: cinco em Rio Branco, dois em Feijó e um em Tarauacá. Já em 2025, no mesmo número de casos mas em um período mais curto, os registros se distribuíram entre Rio Branco (três), Tarauacá (dois), Capixaba (um), Mâncio Lima (um) e Senador Guiomard (um).
O levantamento mostra que o estado enfrenta uma escalada preocupante da violência contra a mulher. Caso o ritmo de ocorrências se mantenha, 2025 pode encerrar como um dos anos mais letais para as acreanas vítimas de feminicídio.