Durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta quarta-feira, 24, o deputado estadual Edvaldo Magalhães saiu em defesa da preservação dos históricos grupos escolares do estado e criticou a falta de manutenção dessas instituições, citando como exemplo a interdição do Grupo Escolar Comandante Brás de Aguiar, em Cruzeiro do Sul.
O parlamentar lembrou a importância histórica e arquitetônica desses prédios, que marcaram gerações e a identidade de diversas cidades acreanas. “Os grupos escolares dialogam com a memória afetiva da população. Foram espaços que formaram uma geração e que ainda representam um marco arquitetônico para cada município”, destacou.
Magalhães relatou que a Justiça determinou a interdição imediata da escola após laudos técnicos apontarem graves problemas estruturais, como fissuras em paredes, afundamento de piso, queda parcial do forro, erosão do solo na fundação e infiltrações. Além disso, a instituição não possuía certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros, apresentava sistema de alarme defeituoso, hidrantes inoperantes e ausência de para-raios.
A decisão judicial, assinada pelo juiz Luiz Rosa, atendeu a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado (MPAC). A sentença determinou a evacuação do prédio em até 48 horas, a realocação dos alunos em 10 dias e a execução de obras emergenciais no prazo de 30 dias, incluindo a estabilização do solo e a adequação contra incêndio e pânico.
Para Magalhães, a interdição expõe a negligência do poder público diante de um patrimônio educacional e da segurança dos estudantes. O deputado lembrou que a direção da escola precisou recorrer ao Ministério Público após sucessivas tentativas de solicitar reformas à Secretaria de Educação. “Estamos falando de uma escola tradicional, localizada no coração de Cruzeiro do Sul, que completa aniversário agora em 28 de setembro. Foi preciso a Justiça intervir para garantir a integridade de alunos e professores”, frisou.
O parlamentar também criticou o que chamou de “maquiagem” feita em algumas unidades escolares. “A escola foi apenas pintada de azul, descaracterizando sua identidade original, mas continuava oferecendo risco iminente aos estudantes. Isso é o retrato do descaso”, disse.
Edvaldo encerrou o discurso cobrando uma postura firme da Secretaria de Educação e alertou que a situação não pode ser tratada como um caso isolado. “Esse não é um problema pontual, como já tentaram justificar em outras ocasiões. Estamos falando do segundo maior município do estado. É hora de enfrentar o problema com seriedade e compromisso com a população”, concluiu.