quinta-feira, 18 setembro 2025

“As autoridades viraram as costas para nossa classe”, diz policial penal após reunião frustrada na Aleac

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

Em nome da categoria, o policial penal Kenedy Silva lamentou, na manhã desta quinta-feira, 18, em entrevista à Folha do Acre, a frustração pela reunião que deveria ter ocorrido na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) com policiais penais provisórios, mas que não aconteceu devido à ausência de representantes do Governo do Estado, do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da Secretaria de Segurança Pública e do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

Silva lembrou que, no dia anterior, cerca de oito a dez deputados estaduais haviam interrompido a sessão ordinária para ouvir a categoria e se sensibilizaram com as demandas apresentadas. No entanto, a falta de autoridades no encontro marcado para esta quinta-feira foi interpretada como um sinal de descaso do governo.

“Infelizmente, para a nossa tristeza, a gente viu que o governo realmente virou as costas para essa classe. Uma classe que tanto defendeu os interesses do Estado. Nós, que cuidamos dos privados de liberdade, também representamos o Estado, e agora somos abandonados”, afirmou o policial.

O policial penal destacou que muitos profissionais atuam há quase uma década no sistema prisional e agora vivem a incerteza de estarem sem vínculo e sem perspectivas.

“É vergonhoso da parte do governo. O Estado não lava as mãos, o Estado suja as mãos para a nossa causa. O desrespeito não é de agora, já vem de nove anos. E hoje a resposta do poder público é virar as costas para nós”, criticou Silva.

Silva também apontou que a situação do sistema penitenciário não justifica o afastamento da categoria. Segundo ele, ainda há espaço e necessidade para que os policiais penais provisórios continuem atuando.

“Dizem que não há mais condições de trabalharmos junto com os servidores efetivos, mas isso não é verdade. O sistema penitenciário, tem ambiente suficiente para todos. O problema não é técnico, é político”, declarou.

O policial agradeceu o apoio recebido do deputado estadual Afonso Fernandes (PL), único parlamentar presente no encontro frustrado, e garantiu que a luta da categoria não vai parar.

“Essa gestão e esse governo parecem uma Torre de Babel, que se divide por interesses políticos. Nós não vamos desistir, vamos lutar, inclusive diante do Palácio, se for preciso. Vamos chamar a atenção do poder público, porque a nossa causa é justa”, concluiu.

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