quinta-feira, 2 outubro 2025

Após anos sem notícias do paradeiro, pai que tinha filho como morto descobre que ele está preso em Brasília

Redação Folha do Acre

Aos 47 anos, o zelador Edson Elias Souza sonha em reencontrar o filho, Edimar Silva de Souza, de 23 anos, que deixou a casa da família em Rio Branco em 2019 afirmando que iria trabalhar em uma fazenda. Desde então, ele não deu detalhes de onde estaria e nunca mais retornou. Foram anos de incertezas, até que, recentemente, a família recebeu a confirmação de que o jovem está preso em Brasília.

Segundo o pai, a primeira informação surgiu por meio de uma ligação recebida por um tio do rapaz. Diante da notícia, Edson procurou o Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco, que fez contato com o IML da capital federal. Após checagem, veio a confirmação: Edimar está detido, embora o motivo da prisão ainda não tenha sido informado.

“Quando ligaram para o tio dele, pensei que era ele [Edimar]. Mas apenas disseram que estava preso, sem explicar o motivo. Depois disso, foi só angústia, pois não sabíamos como confirmar se era verdade”, contou o zelador.

Edson relembrou ainda o último contato antes do desaparecimento. “Um dia ele me ligou e disse que ia para uma fazenda. Perguntei onde era, mas a ligação estava ruim. Ele respondeu de forma estranha, disse que depois retornava e não deu detalhes.”

Nos anos seguintes, a família viveu sob especulações e rumores. Alguns diziam que Edimar já estaria morto, e o pai chegou a imaginar até um sequestro. Apenas em 2023 houve um contato direto: uma chamada de vídeo em que o jovem parecia constrangido. “Ele me ligou por vídeo, mas estava super estranho. Disse que estava solto, mas ao redor dele tinha muita gente. Acho que pode ter sido de dentro da prisão”, afirmou Edson.

Com a confirmação recente de que o filho está vivo, o pai descreve o momento como um misto de dor e esperança. “É um choque grande, porque ele nasceu e se criou aqui, nunca tinha saído. Agora sei que ele está vivo e espero que possa entrar em contato. O número da nossa família é o mesmo. Se ele quiser voltar ao Acre, vamos fazer de tudo para trazer ele de volta. É um alívio”, disse.

Edson aproveitou para deixar uma mensagem a outras famílias que enfrentam o desaparecimento de entes queridos. “O que eu falo é não desistam. Procurem uma delegacia, procurem o IML. Eu tive resposta rápida, em menos de duas semanas. Se a pessoa não for atrás, não acontece nada. Eu não desisti”, completou.

Com informações do g1/AC.

 

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