A Universidade Federal do Acre (Ufac) estuda estender a outros cursos a estratégia adotada recentemente na graduação de medicina: retirar a oferta do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e adotar vestibular próprio, preservando o bônus regional. A medida, segundo a instituição, busca manter a política afirmativa que favorece candidatos do Acre e regiões vizinhas.
Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) não proibiu a bonificação de forma ampla, mas analisou um caso específico. Ela aponta três fundamentos para a manutenção da política: a ausência de precedente vinculante que impeça a prática, a autonomia universitária e dados internos que indicam aumento expressivo na presença de estudantes locais no curso de medicina desde a adoção do bônus.
“Sem o bônus, formávamos médicos para outros estados; agora conseguimos equilibrar as condições de concorrência e reter mais profissionais”, disse Damasceno à Folha. A direção da Ufac avalia que a mesma lógica poderia beneficiar cursos estratégicos em áreas como engenharia, enfermagem e licenciaturas, reforçando a permanência de profissionais formados no estado. A decisão final deve ser discutida no conselho universitário ainda este ano.