O desembargador aposentado Arquilau de Castro Melo refletiu sobre a história do Acre e sua trajetória única dentro do contexto brasileiro, afirmando que o estado não lutou para ser Brasil, mas sim para ser Acre.
“Costuma-se dizer que o Acre foi o único estado que lutou para ser o Brasil. Mas hoje penso diferente: o Acre não lutou para ser Brasil, o Acre lutou para ser Acre”, afirmou Melo.
A declaração foi feita durante sessão solene realizada na manhã desta sexta-feira, 15, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), em comemoração aos 30 anos do Projeto Cidadão, iniciativa voltada à promoção da cidadania e da conscientização social.
Arquilau relembrou o período em que o líder boliviano Gálvez declarou a independência da região e o esforço de Plácido de Castro, que tomou a região de Cobija. “Tanto Gálvez quanto Plácido de Castro diziam: ‘O Brasil não vem pra cá. Se dizem que não é de vocês, como vão nos tirar daqui?’ Nós enfrentamos os bolivianos, mas o Brasil veio, comprou o Acre e explorou o território por 40 anos”, destacou.
O desembargador explicou que a motivação do governo brasileiro estava na exploração das riquezas da borracha. “O Amazonas ficou desapontado, pois na Constituição Federal não havia previsão do território do Acre. A Carta mencionava apenas 20 estados. Então, o governo federal criou um território, e o Amazonas chegou a contratar Ruy Barbosa para questionar a constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal”, acrescentou Melo.