O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 5, que recebe R$ 46 mil de salário bruto como chefe do Executivo, mas que, após os descontos com Imposto de Renda e contribuição partidária, o valor líquido que lhe resta é de R$ 21 mil. Em tom descontraído, disse que o montante “não é muito” e diz que todos os dias pede aumento de salário a si mesmo.
“Salário de presidente é R$ 46 mil, paga 27% de Imposto de Renda, o PT me cobra R$ 4 mil na fonte, me sobram R$ 21 mil. Não é fácil a vida. Ninguém me dá aumento. Tenho que pedir pra mim mesmo. Eu levanto todo dia, me olho no espelho e falo: ‘Ô Lula, eu quero aumento’. E eu respondo: ‘Você não vai ter’”, disse durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”.
Na sequência, o presidente brincou com a ministra da Gestão, Esther Dweck, ao dizer que ela só aprova reajustes para servidores públicos, não para o chefe do Executivo.
As declarações ocorreram enquanto Lula defendia a proposta do governo de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Para compensar a perda de arrecadação, o Ministério da Fazenda propõe aumentar a tributação sobre pessoas de alta renda, especialmente aquelas que recebem mais de R$ 1 milhão por ano.
“O Haddad é tão humilde que a gente fez a proposta para isentar quem ganha até R$ 5 mil. E colocamos para pagar essa diferença um grupo seleto que ganha acima de R$ 1 milhão por ano. Não é que essa gente acha ruim?”, comentou Lula.
Segundo o presidente, a intenção é promover mais justiça tributária no país. “Não pode a pessoa que vai no mercado comprar comida pagar o mesmo Imposto de Renda que paga o Lula”, criticou.
A proposta de isenção deve ser analisada pelo Congresso Nacional ainda neste semestre. Se aprovada, entrará em vigor a partir de 2026.