quinta-feira, 7 agosto 2025

Lula diz que poderia responder ao tarifaço de Trump, mas optou por não adotar medidas retaliatórias para “não ter o mesmo comportamento”

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 6, que o Brasil poderia responder ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos com a taxação de produtos americanos, mas optou por não adotar medidas retaliatórias. “Não quero ter o mesmo comportamento”, declarou o presidente, em entrevista à agência Reuters.

A declaração vem no mesmo dia em que entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. O aumento se soma a uma tarifa recíproca de 10%, elevando a carga tributária total para 50%. Apesar da medida, a Casa Branca excluiu 694 itens da lista de sobretaxa, entre eles aviões da Embraer, suco de laranja e petróleo.

Lula afirmou que o governo brasileiro pretende esgotar todas as possibilidades de diálogo antes de adotar qualquer tipo de retaliação. “Vamos gastar tudo o que for possível de negociação”, disse.

Preocupado com os impactos econômicos sobre empresas nacionais, o presidente adiantou que sua equipe está mobilizada para encontrar soluções. “Estamos trabalhando para saber como vamos lidar com empresas brasileiras que terão prejuízos. Temos que cuidar da manutenção de empregos e ajudar empresas a procurar novos mercados”, pontuou.

O governo brasileiro também aposta na articulação com empresários dos Estados Unidos para frear os efeitos da medida. Lula afirmou que o Palácio do Planalto está empenhado em convencer o setor privado norte-americano a se posicionar contra o tarifaço imposto pela gestão de Donald Trump.

Ao ser questionado sobre um plano de contingência, o presidente garantiu que o país tomará todas as providências possíveis dentro do que permite a economia brasileira, sem abrir mão da responsabilidade fiscal.

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