terça-feira, 19 agosto 2025

Estudo liga uso de cigarros eletrônicos e convencionais a maior risco de depressão e ansiedade em adolescentes

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

Um estudo publicado em julho no periódico científico Plos Mental Health mostra que adolescentes que fumam cigarros, sejam eletrônicos ou convencionais, apresentam maior risco de desenvolver transtornos mentais como depressão e ansiedade. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de West Virginia, nos Estados Unidos.

Os dados revelam que os sintomas de depressão e ansiedade atingem 35% e 38% dos jovens que fumam cigarro comum. Entre usuários de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, esses índices sobem para 36% e 40,5%. Já entre aqueles que consomem os dois tipos de produtos, os números são ainda mais elevados: 43,5% e 42,5%. Os percentuais praticamente dobram quando comparados aos de adolescentes que não fumam, que registraram 21,8% e 26,4%, respectivamente.

Os resultados foram obtidos a partir da análise de dados da National Youth Tobacco Survey, realizada entre 2021 e 2023 com 60 mil estudantes do ensino fundamental e médio nos EUA. O questionário incluiu perguntas sobre hábitos de tabagismo e presença de sintomas de transtornos mentais.

Embora os cigarros eletrônicos sejam frequentemente percebidos pelos jovens como alternativas mais seguras e atraentes, especialistas alertam que eles também oferecem riscos significativos. Além da nicotina, que causa dependência, os líquidos usados nos dispositivos podem conter metais pesados, compostos cancerígenos e substâncias nocivas ao sistema respiratório. O uso frequente pode resultar em inflamações pulmonares, crises de falta de ar e queda no desempenho físico, especialmente entre adolescentes em fase de desenvolvimento.

Outro fator preocupante é a apresentação dos vapes, com design moderno e sabores adocicados, que mascaram a percepção de estar fumando e incentivam o consumo excessivo. Essa característica aumenta a probabilidade de dependência e potencializa os danos relacionados à nicotina, que pode comprometer o desenvolvimento cerebral, afetar o humor, a memória e a cognição.

O estudo também identificou uma associação entre tabagismo e uso intensivo de redes sociais. Jovens que passam mais de três horas diárias conectados às plataformas digitais apresentaram maior propensão ao consumo de cigarros em comparação aos que não utilizam essas mídias.

Apesar da correlação encontrada, os pesquisadores destacam que o levantamento não permite estabelecer uma relação de causa e efeito, já que não acompanhou os adolescentes ao longo do tempo. Ainda assim, os resultados reforçam a necessidade de intensificar medidas de prevenção e educação em saúde voltadas ao público jovem, tanto nas escolas quanto em casa.

Com informações da CNN Brasil.

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