quarta-feira, 6 agosto 2025

Deputado critica prisão domiciliar de Bolsonaro e denuncia possível “ataque à democracia”

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

O deputado estadual Arlenilson Cunha (PL) manifestou preocupação com a atual conjuntura política do país, durante sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira, 5, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Ele também criticou a decisão que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o parlamentar, a medida representa um “precedente perigoso” e uma possível ameaça ao Estado Democrático de Direito.

“Estamos caminhando para um verdadeiro estado de exceção. Isso é um precedente perigoso. Você pode até não gostar do Bolsonaro, mas o que estamos vivendo é uma afronta à Constituição”, declarou Cunha.

O deputado questionou os critérios adotados pela Justiça no caso envolvendo o ex-presidente, defendendo que Bolsonaro deveria ser julgado por um “juiz natural”, em primeira instância, e criticou o fato de o ex-presidente não poder se manifestar publicamente. Ele também fez um comparativo com o período em que o atual presidente Lula esteve preso, lembrando que o petista concedeu 22 entrevistas enquanto estava custodiado.

“Por que Bolsonaro não pode se manifestar? Por que ele não pode criticar a Justiça ou discordar? Que Brasil é esse?”, questionou o parlamentar.

Arlenilson ainda estendeu suas críticas ao governo federal, acusando o presidente Lula de adotar uma política externa ideológica e de manter alianças que, segundo ele, prejudicam o Brasil. Ele citou o estreitamento das relações com países como Rússia e China, e criticou o posicionamento do governo brasileiro em relação ao conflito no Oriente Médio, defendendo Israel como “a única democracia da região”.

O parlamentar também abordou os efeitos econômicos da atual gestão federal, atribuindo à política externa de Lula parte da responsabilidade por aumentos de tarifas e impostos. Para ele, o país estaria sendo governado com base em interesses ideológicos e não em benefício da população.

O deputado informou ainda que, paralelamente à sessão na Aleac, uma coletiva de imprensa era realizada em Brasília com lideranças do Partido Liberal (PL), entre elas o senador Magno Malta. Segundo ele, foram apresentadas quatro pautas prioritárias: o fim do foro privilegiado, a tramitação da anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro, a exigência de julgamento em foro adequado para os presos políticos e o pedido de abertura de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.

“Estamos defendendo a democracia, o direito ao debate e o devido processo legal. Essas pautas são fundamentais para o equilíbrio entre os poderes”, finalizou Cunha.

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