A deputada estadual Antônia Sales levantou um alerta na manhã desta quarta-feira, 27, durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), sobre a violência contra a mulher no estado. O pronunciamento foi motivado pelo brutal feminicídio registrado na noite da última terça-feira, 26, no bairro Belo Jardim 1, em Rio Branco.
A vítima, Ivanilde Souza da Silva, de 42 anos, foi morta pelo próprio marido, identificado como Gerbeson do Nascimento Soares, de 26 anos, que a golpeou com uma tábua de carne na cabeça. De acordo com informações de testemunhas, o casal vivia em constantes conflitos por causa do uso de drogas. Após o crime, Gerbeson teria confessado o assassinato à mãe e tentado fugir em um mototáxi.
Antônia Sales lamentou a recorrência de casos semelhantes no Acre, ressaltando que o estado figura entre os que apresentam maiores índices de violência contra mulheres no país, proporcionalmente à população.
“Cada dia nos deparamos com notícias de mortes violentas contra as nossas mulheres. Até quando vamos continuar assistindo a essas cenas de feminicídio? O Acre, mesmo com uma população pequena, está entre os estados com maiores índices de violência contra a mulher”, declarou Sales.
A parlamentar também criticou a liberação de pessoas em tratamento de dependência química sem acompanhamento adequado, citando que o autor do crime havia recebido alta médica horas antes do feminicídio. Para ela, é necessário maior responsabilidade das autoridades e mecanismos mais eficazes de proteção.
“Essas pessoas não deveriam ser liberadas sem segurança. Precisamos proteger nossas mulheres e romper esse ciclo de violência que continua imperando no estado”, afirmou a deputada.
Antônia Sales ainda fez um apelo direto às mulheres vítimas de violência, pedindo que busquem ajuda e não permaneçam em relações abusivas.
“Um homem que bate uma vez vai repetir a agressão, e isso pode terminar em morte. Existem muitos locais de apoio, como a Delegacia da Mulher, a Defensoria e o Ministério Público. Rompam o ciclo da violência, busquem proteção”, aconselhou a parlamentar.
A deputada reforçou a necessidade de campanhas massivas de conscientização e de políticas públicas mais efetivas. “As nossas mulheres precisam de apoio, e os homens também precisam se unir a nós nessa luta para acabar com a violência em nosso estado”, concluiu.