Quase 99% das exportações do Acre destinadas aos Estados Unidos sofrerão uma sobretaxa de 50%, conforme o novo pacote tarifário implementado pelo governo americano em agosto de 2025. A medida impacta diretamente a economia local, especialmente o setor da castanha, um dos principais produtos do estado.
De acordo com dados do Comex Stat referentes a 2024, o Acre exportou principalmente para o Peru (US$ 24,8 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 12,1 milhões), Turquia (US$ 7,8 milhões), Espanha (US$ 6,1 milhões), Hong Kong (US$ 5,1 milhões), Estados Unidos (US$ 4,5 milhões), China (US$ 4 milhões), Itália (US$ 2,5 milhões), Alemanha (US$ 2,4 milhões) e Países Baixos (Holanda) (US$ 1,7 milhão). Apesar de os EUA não serem o maior mercado, o impacto da sobretaxa afeta quase toda a pauta exportadora acreana, que inclui soja, carnes, castanha e madeira.
Durante visita ao Acre na sexta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou tranquilizar os produtores locais. Em conversa com José Rodrigues D’Araújo, presidente da Cooperacre, Lula garantiu que o governo federal intervirá para evitar prejuízos decorrentes da taxação americana. “Não haverá prejuízo para vocês. Se for necessário, o governo compra a castanha. Aquela castanha que vocês não conseguirem vender, por conta da taxação americana, a gente vai resolver o problema de vocês”, afirmou.
Embora alguns compradores americanos tenham suspenso temporariamente as compras, o presidente da Cooperacre explicou que novas negociações foram fechadas, especialmente com a Europa, e a produção atual está toda vendida. Ainda assim, a garantia do governo reforça a segurança dos produtores diante do cenário incerto e da guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos.
O Acre, que representa cerca de 5% das exportações brasileiras, assim como outros estados do Norte e Nordeste, enfrenta grandes desafios com a alta tarifária. A intervenção do governo federal busca proteger os pequenos produtores e minimizar os efeitos negativos sobre a economia local.