sábado, 9 agosto 2025

Banco britânico vai vender créditos de carbono gerados pelo Acre

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

O banco britânico Standard Chartered será responsável pela venda dos créditos de carbono gerados pelo Acre relativos a um período de cinco anos. A expectativa é que sejam emitidos 5 milhões de créditos, o que geraria uma receita potencial de cerca de cerca de R$ 810 milhões.

O Acre é o mais recente Estado brasileiro a definir os termos de negociação dos seus créditos jurisdicionais, que têm este nome porque correspondem a resultados de conservação da floresta obtidos em uma jurisdição inteira.

Pará, Tocantins e Piauí também já decidiram como se dará a comercialização dos seus créditos jurisdicionais. Nenhum Estado chegou à fase da emissão efetiva dos ativos. Espera-se que isso aconteça em 2026.

Esse tipo de crédito é vendido tipicamente para empresas interessadas em compensar seu impacto climático mesmo sem obrigações legais. Vem daí o nome mercado voluntário.

O Acre negociou durante mais de dois anos a comercialização com a Coalizão Leaf, que reúne a demanda de grandes corporações internacionais e que firmou no ano passado um acordo com o governo paraense.

Mas as conversas foram encerradas em maio por “desalinhamentos contratuais”, segundo o Estado. Na busca por um novo parceiro, o Acre recebeu “várias ofertas de empresas, bancos, fundos soberanos, e o Standard Chartered foi a melhor opção”, afirma José Luiz Gondim, diretor executivo da Companhia de Serviços Ambientais do Acre (CDSA), responsável pela gestão de ativos como créditos de carbono.

“Não pense que foi uma negociação fácil. O mercado de carbono é muito dinâmico”, diz Gondim. Ele menciona outras atividades geradoras de créditos no Brasil, como reflorestamento e biochar, além de iniciativas no exterior, que vêm obtendo preços muito superiores aos de desmatamento evitado – os mais tradicionais.

Tocantins e Piauí fecharam contratos com a Silvania, parte de uma trading de energia Suíça que está entrando também no comércio de ativos ambientais.

Sistemas jurisdicionais

As receitas esperadas pelo Acre e pelos outros Estados dependem do preço de venda dos créditos. Existe a expectativa de que a modalidade jurisdicional consiga um prêmio em relação à baseada em projetos.

Nas metodologias que abrangem jurisdições inteiras, os índices de desmatamento de um determinado ano são comparados com um período de referência no passado recente.  No caso do Acre, eles compreendem os resultados obtidos entre 2018 e 2022.

Com informações da Capital Reset.

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