O vereador de Rio Branco, Zé Lopes, marcou presença na 50ª edição da Expoacre e concedeu uma entrevista à Folha do Acre, na noite desta terça-feira, 29, onde abordou temas como independência política, dificuldades enfrentadas por pequenos produtores e ações sociais promovidas por seu mandato.
Durante a conversa, Zé Lopes reforçou seu compromisso de atuar de forma independente, sem ocupar cargos na prefeitura ou no governo do Estado. “Meu objetivo é manter os compromissos que assumi na campanha, priorizando os interesses da população, fiscalizando e cobrando ações efetivas”, afirmou o parlamentar.
Um dos pontos centrais da entrevista foi a crítica à gestão municipal quanto à manutenção dos ramais rurais. Segundo o vereador, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada recentemente prevê a recuperação de apenas 100 km de ramais, número considerado insuficiente diante dos quase 3 mil km existentes no município.
“O produtor rural está desassistido. O mínimo que a prefeitura deveria fazer é apoiar a regularização fundiária e ambiental, oferecendo assistência jurídica aos agricultores familiares”, declarou Lopes.
Zé Lopes também comentou os impactos da operação “Controle Remoto”, do Ibama, que gerou prejuízos a pequenos produtores com base em imagens de satélite, sem considerar a realidade local. O vereador defendeu mais sensibilidade e apoio técnico do poder público, lembrando que grandes produtores têm recursos para se adequar às exigências legais, enquanto os pequenos enfrentam dificuldades até para abastecer uma moto ou garantir o rancho do mês.
Outro destaque da entrevista foi o projeto Eu Cidadão, iniciativa do mandato de Zé Lopes que leva assistência jurídica, médica, odontológica e ações de capacitação às comunidades urbanas e rurais.
“Começamos na zona rural, levando informações sobre CAF e DAP, e hoje também atuamos nos bairros mais carentes da cidade”, contou. A próxima edição do projeto será realizada no dia 16 de agosto, na Escola Marilda Golveia, na Baixada da Sobral, com diversos atendimentos gratuitos, inclusive um curso de design de sobrancelhas para mulheres da comunidade.
O vereador também criticou a priorização de obras grandiosas em detrimento de serviços básicos, como o abastecimento de água. Ele mencionou o drama vivido por famílias que pagam até R$ 150 para encher uma caixa d’água, num momento de estiagem e escassez de recursos. “Qual é a prioridade? Um viaduto para economizar cinco minutos no trânsito ou água na torneira da população?”, questionou.
A falta de políticas públicas voltadas para pessoas em situação de rua também foi abordada. Zé Lopes citou visitas que fez às unidades da Apabeca, destacando a baixa ocupação e a ausência de ações efetivas para acolhimento e reinserção social dessas pessoas. “A prefeitura precisa montar uma rede estruturada para dar dignidade a quem mais precisa”, afirmou o vereador.
Encerrando a entrevista, o vereador reforçou seu compromisso com a escuta popular: “Um mandato só faz sentido se estiver conectado com a realidade da população. Estar nas ruas, ouvindo e vendo de perto as dificuldades, é o que me guia para continuar lutando por quem mais precisa”, concluiu.