Mesmo com a redução dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em boa parte do Brasil, o Acre segue em estado de atenção. O alerta consta no boletim mais recente do Infogripe, divulgado na última quinta-feira (18) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que aponta níveis moderados a altos de internações causadas por infecções respiratórias no estado.
Segundo o médico alergista e pediatra Guilherme Pulici, a preocupação se intensifica com o período mais seco do ano, caracterizado pela queda da umidade e o aumento das queimadas.
“A gente sempre alerta nessa época do ano para a necessidade de hidratação. Tomar bastante líquido é fundamental, porque a tendência com as queimadas é que a umidade do ar caia bastante. A seca, somada aos focos de queimadas na região Norte, agrava ainda mais a situação”, afirma.
O especialista recomenda que a população dê preferência a alimentos naturais e ricos em água, como frutas, legumes e verduras, que fortalecem o sistema imunológico. Além disso, ele reforça a importância de hábitos saudáveis e medidas simples para manter o bem-estar respiratório.
“Evitar atividade física nas horas mais quentes do dia, manter bons hábitos de sono, e se possível, usar umidificadores ou métodos caseiros para melhorar a qualidade do ar dentro de casa, como toalhas úmidas ou baldes com água no ambiente”, orienta Pulici.
Vacinação e atenção às populações mais vulneráveis
A principal forma de prevenção contra os vírus respiratórios, segundo o médico, ainda é manter a vacinação em dia. “As vacinas contra a gripe, Covid-19 e até o sarampo estão disponíveis na rede pública. É importante que a população, principalmente os grupos de risco, esteja com o calendário vacinal atualizado.”
Entre os grupos mais suscetíveis às síndromes respiratórias estão crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. O médico lembra que idosos tendem a demorar mais para perceber a sede, o que exige atenção redobrada dos cuidadores. “É importante lembrar de oferecer água com frequência, mesmo que eles não peçam”, alerta.
Apesar do cenário respiratório delicado, o Acre registrou apenas 92 focos de calor nos primeiros 20 dias de julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é considerado um dos mais baixos do país neste período.
Ainda assim, o risco continua elevado. Com as temperaturas altas e a baixa umidade do ar, os efeitos sobre a saúde respiratória são potencializados. “O tempo seco irrita as vias aéreas. Medidas simples, como instilar soro fisiológico no nariz e usar colírios ou soro nos olhos, ajudam bastante”, acrescenta o médico.
Segundo a Fiocruz, mais de 7.600 pessoas já morreram por SRAG no Brasil só em julho, sendo a maioria por influenza A, seguida por Covid-19 e outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial.
Diante disso, os especialistas reforçam: prevenção, informação e cuidado coletivo são essenciais para enfrentar o período crítico das doenças respiratórias no Acre e em todo o país.
Com informações agazeta.net