quarta-feira, 16 julho 2025

Rio Branco registra redução de 50% nos feminicídios no primeiro semestre de 2025

Redação Folha do Acre

De acordo com dados divulgados pelo Relatório de Mortes Violentas Intencionais (MVI) da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre, o número de feminicídios em Rio Branco registrou uma queda de 50% nos primeiros seis meses de 2025, se comparado ao mesmo período de 2024.

O secretário de Segurança Pública do Acre, José Américo Gaia, destacou a importância dessas ações e os avanços alcançados. “A atuação preventiva e o acompanhamento próximo das vítimas têm feito toda a diferença. Em conjunto com o esforço das forças policiais, conseguimos garantir que mais mulheres se sintam seguras e protegidas. A queda de 50% nos feminicídios é um reflexo do trabalho sério e dedicado de todos os envolvidos, e estamos comprometidos em continuar avançando”, afirmou.

Patrulha Maria da Penha

A redução dos feminicídios é um reflexo das ações mais intensivas no combate à violência contra a mulher. A Patrulha Maria da Penha, idealizada com o objetivo de acompanhar e proteger mulheres em situação de risco, continua sendo uma das principais ferramentas no combate à violência doméstica.

Em seus quase seis anos de operação, o programa tem feito um monitoramento eficaz, com a atuação de profissionais capacitados para dar suporte emocional e jurídico às vítimas, além de contar com um sistema de vigilância mais rigoroso para identificar situações de risco iminente. A Patrulha atua com medidas protetivas e acompanhamento das vítimas, estando presente atualmente em todos os batalhões da Polícia Militar do Acre.

Para a comandante-geral da Polícia Militar do Acre, Marta Renata Freitas, a redução dos feminicídios em Rio Branco é resultado direto do trabalho contínuo, técnico e humanizado da Patrulha Maria da Penha e outros órgãos.

“Nossa atuação vai além da repressão. Priorizamos a prevenção, por meio de visitas sistemáticas, fiscalização rigorosa das medidas protetivas e um acolhimento que respeita a dor e fortalece a mulher. Esse acompanhamento próximo cria vínculos de confiança, inibe a reincidência de agressores e interrompe ciclos de violência. É importante destacar que esse trabalho é complementar ao pronto atendimento prestado pelas guarnições de radiopatrulha sempre que há acionamento para casos de violência. Estamos falando de um esforço conjunto que salva vidas todos os dias e reafirma o compromisso da Polícia Militar com a proteção das mulheres e a construção de uma sociedade mais justa e segura para todos”, destacou.

Disque 180 e App Mulher Segura

Além disso, a melhoria nos índices de segurança de Rio Branco também é evidenciada na redução de outros tipos de homicídios e mortes violentas. O relatório de MVI mostra uma queda de 13% no total de homicídios entre 2024 e 2025.

Outro dado importante vem do canal 180, uma das principais ferramentas nacionais de denúncia de violência contra a mulher. O Estado do Acre registrou, de 1° de janeiro a 11 de julho deste ano, 102 denúncias por meio do canal, que funciona 24 horas por dia e é gratuito, permitindo o registro de denúncias de forma anônima.

No Acre, as mulheres também podem contar com o aplicativo “Mulher Segura” que permite que mulheres em risco ou vítimas de violência possam acionar as autoridades com rapidez e discrição. Além disso, o aplicativo oferece recursos como botões de pânico, chamadas de emergência diretas para a polícia, e a possibilidade de compartilhar a localização em tempo real com contatos de confiança.

Closet Solidário

O Acre possui várias políticas de segurança para combater a violência no estado. A estrutura de proteção inclui delegacias especializadas de atendimento à mulher (Deams), unidades de atendimento e investigação da Polícia Civil, e operações policiais como a Átria e a Shamar, que ocorrem ao longo de todo o ano e reforçam o compromisso do Estado com a integridade e a segurança das mulheres.

Em 2024 a Polícia Civil do Acre (PCAC) deu um passo importante no acolhimento de mulheres, vítimas de violência doméstica e sexual em Rio Branco, com a inauguração do projeto “Closet Solidário”. A iniciativa oferece roupas limpas e produtos de higiene pessoal para vítimas, ao chegarem à Delegacia de Atendimento à Mulher ou à Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescentes Vítima (Decav) para realizar denúncias.

Para a delegada Juliana De Angeles, a redução dos feminicídios em Rio Branco é resultado de um esforço conjunto e da atuação da Polícia Civil, especialmente por meio da Deam, que tem se pautado no acolhimento integral às vítimas.

“Mais do que realizar nosso mister constitucional de investigar e responsabilizar os agressores, nosso compromisso é, também, garantir um atendimento humanizado às mulheres. O projeto Closet Solidário surgiu justamente dessa sensibilidade: percebemos que muitas mulheres chegam até nós muito fragilizadas, sem condições mínimas, até mesmo sujas de sangue devido as lesões sofridas”.

E acrescentou: “Ao oferecer peças de vestuário, calçados e itens de higiene, a Polícia Civil está reforçando a essas mulheres que elas não estão sozinhas. É um gesto simbólico, mas com grande impacto emocional. Cuidar da autoestima e dignidade dessas vítimas também é cuidar de sua segurança. O Closet Solidário é mais um reforço do nosso trabalho, como porta de entrada do atendimento às vítimas, que busca não apenas interromper o ciclo da violência, mas também oferecer suporte para um recomeço digno às mulheres de Rio Branco”, concluiu.

Agência de Notícias do Acre

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