segunda-feira, 21 julho 2025

Polícia aguarda laudo de velocidade para indiciar motorista que causou acidente na Via Verde, diz delegado

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

Na manhã desta segunda-feira, 21, o delegado Karlesso Nespoli, da Polícia Civil do Acre, concedeu entrevista para esclarecer o andamento das investigações sobre o grave acidente de trânsito ocorrido no dia 17 de abril deste ano, na Via Verde, em Rio Branco. A colisão resultou na morte de três funcionários da empresa VIP: Márcio Pinheiro da Silva, de 45 anos, Carpeggiane de Freitas Lopes, de 46, e Fábio Farias de Lima, de 34.

Durante a coletiva, o delegado destacou que o caso segue sendo tratado como homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar, diferentemente de outras ocorrências recentes que envolvem dolo, como no caso da advogada Juliana Chaar.

“Aqui, infelizmente, a pessoa se descuidou e acabou matando outras pessoas. É diferente de um caso em que alguém pega um carro e joga propositalmente contra outra pessoa. São crimes distintos”, explicou Nespoli.

Segundo ele, todas as testemunhas envolvidas no acidente já foram ouvidas, incluindo o condutor do veículo que sobreviveu. A principal pendência agora é o laudo pericial que irá determinar se houve excesso de velocidade no momento do acidente. As imagens e medições foram enviadas para São Paulo, onde equipamentos mais modernos serão utilizados para calcular com precisão a velocidade do carro.

“A perícia depende de um equipamento que não temos no estado. O corpo técnico de São Paulo está analisando o material enviado. A partir disso, poderemos concluir se houve excesso de velocidade, o que pode agravar a pena prevista pelo Código de Trânsito”, detalhou o delegado.

O delegado também comentou sobre as dificuldades enfrentadas na apuração, sobretudo pelas limitações técnicas locais. Segundo ele, o fato de o asfalto estar molhado no momento do acidente contribuiu para o carro aquaplanar, o que dificultou a coleta de marcas de frenagem.

“A água não deixa marcas no asfalto. Pelo que vimos, o veículo aquaplanou e rodou. Como não há marcas de pneu, precisamos de meios tecnológicos mais avançados para concluir a análise, por isso a parceria com o estado de São Paulo”, ressaltou.

Nespoli reconheceu a cobrança por respostas por parte das famílias das vítimas e da sociedade, mas pediu paciência diante da complexidade do caso e da dependência de órgãos externos.

“Nós estamos aguardando isso e infelizmente, eu não tenho essa disponibilidade de fazer o laudo, quem que faz é o perito e o nosso perito está dependendo ainda de São Paulo para que seja encaminhado e essas informações possam ser concluídas”, concluiu.

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