A mãe de um adolescente de 16 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) denuncia que o filho foi agredido em uma escola estadual de Epitaciolândia após ter o assistente educacional removido.
O caso ocorreu na Escola Estadual Cívico-Militar Joana Ribeiro Amed, na terça-feira (24). Segundo Claudiany Sales, o filho, que tem TEA nível 2 — com suporte moderado a grave —, necessita de acompanhamento constante, mas ficou sem o cuidador que o auxiliava nas tarefas diárias.
Horas depois do remanejamento do profissional, o adolescente relatou ter sido atingido por um colega durante o recreio. A mãe registrou boletim de ocorrência, levou o filho para exame de corpo de delito e estuda entrar na Justiça para garantir o retorno do apoio.
“Esse colega ignora ele. Como o autista não tem controle da emoção, ele insiste muito. Eles estavam na hora do recreio e (na escola) tem um local que faz ligação para a quadra, ele estava em um canto que não passa muita gente, e o colega efetuou um, acredito que um soco, e ele levantou o braço e pegou no braço, não pegou no rosto. E ele disse que foi o colega, em todo momento ele apontou que foi o colega”, relatou a mãe.
A Secretaria de Educação do Acre informou, em nota, que o assistente educacional foi transferido para acompanhar outro aluno com necessidade comprovada, atendendo a diretrizes técnicas e a uma solicitação do Ministério Público. A pasta afirmou que o estudante segue assistido por um professor mediador, como previsto na legislação.
A SEE lamentou o episódio e reiterou compromisso com uma educação pública inclusiva.
Leia a nota na íntegra:
Sobre atendimento educacional especializado na Escola Joana Ribeiro Amed – Epitaciolândia
A Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE) informa que, no início do ano letivo, atendeu à solicitação da família de um estudante com Transtorno do Espectro Autista (TEA), matriculado na Escola Estadual Joana Ribeiro Amed, em Epitaciolândia.
Na ocasião, foi autorizado o apoio emergencial de um atendente educacional, em caráter excepcional, enquanto se avaliava tecnicamente a necessidade do acompanhamento.
Conforme diretrizes técnicas da Educação Especial, e em atendimento a uma demanda formal do Ministério Público, o profissional foi posteriormente remanejado para atuar junto a outro estudante da rede, também com laudo e necessidade comprovada. A decisão seguiu critérios pedagógicos, legais e de equidade.
Importante destacar que o aluno segue assistido por um professor mediador qualificado, conforme previsto na legislação vigente e nas orientações técnicas da Educação Especial, não estando desassistido. A SEE reitera que atua com base na análise individual de cada caso, buscando atender com responsabilidade o maior número possível de alunos com necessidades específicas, dentro dos parâmetros legais e das possibilidades operacionais do Estado.
Por fim, a Secretaria lamenta qualquer situação de desconforto ou conflito no ambiente escolar, reafirma seu compromisso com uma educação pública inclusiva e coloca-se à disposição.