quarta-feira, 16 julho 2025

Mãe denuncia falta de mediador para aluno autista em escola de Porto Acre

Redação Folha do Acre

A dona de casa Jocicleia da Silva, moradora da zona rural de Porto Acre, no interior do Acre, vive dias de angústia e incerteza em relação ao futuro do filho, Gabriel, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual. Aluno da Escola Municipal Santa Isabel, Gabriel tem enfrentado sérias dificuldades para frequentar as aulas devido à ausência de um profissional mediador, figura essencial para seu processo de aprendizagem e desenvolvimento social.

“Meu filho precisa de um mediador para conseguir participar das aulas, interagir com os colegas e se sentir seguro. Sem esse apoio, ele fica agitado, não consegue realizar as atividades e muitas vezes acaba isolado”, relata a mãe, emocionada.

Segundo Jocicleia, a situação vem se arrastando desde o início do ano letivo. Apesar das solicitações feitas à Secretaria Municipal de Educação, ela afirma que não houve retorno efetivo nem solução para o problema. “A escola tem boa vontade, mas falta estrutura e responsabilidade do poder público. Estamos em julho e meu filho praticamente não teve nenhum avanço este ano”, denuncia.

A ausência de um profissional capacitado compromete não apenas o desenvolvimento educacional de Gabriel, mas também seu bem-estar emocional. O direito a um mediador escolar está garantido pela legislação brasileira, que prevê o apoio necessário para estudantes com deficiência nas instituições de ensino.

“Eu não quero privilégio. Quero que meu filho tenha o que é de direito, que possa estudar como qualquer outra criança. Educação é um direito de todos”, conclui a mãe.

Enquanto espera por uma resposta do poder público, Jocicleia continua a lutar diariamente para garantir ao filho o mínimo de dignidade e inclusão no ambiente escolar. A história de Gabriel é mais um retrato das falhas estruturais que ainda persistem na educação pública, especialmente em áreas rurais e com estudantes que necessitam de atendimento especializado.

A reportagem da Folha do Acre tentou contato com a Secretaria de Educação de Porto Acre, através de número disponibilizado na internet, mas não obteve êxito. O espaço segue aberto para os devidos esclarecimentos do órgão municipal.

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