Durante audiência pública sobre o embargo de terras acreanas realizada na Assembleia Legislativa do Acre na manhã desta sexta-feira (11), o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, fez duras críticas ao modelo de reservas extrativistas na Amazônia e cobrou mudanças na legislação ambiental vigente.
Em discurso direcionado a parlamentares, produtores rurais e autoridades presentes, Veronez afirmou que o atual modelo de uso da terra impede o desenvolvimento econômico de famílias que vivem na floresta.
“Extrativismo só produzia o quê? Pobreza, miséria. Por isso foi mudado”, disse. Para o dirigente, o formato imposto em áreas de reservas retira o direito de propriedade e limita a atividade produtiva.
Segundo ele, “agora, a pessoa que mora na reserva e que cresce, não pode crescer. Justamente aquele que mais trabalha, que tem eficiência, que avança, esse é punido da forma que está sendo punido”.
Veronez questionou ainda a forma como foram criadas áreas de conservação na região. “Quem invadiu quem? Foi a reserva que invadiu os produtores ou os produtores que invadiram? Os produtores estavam lá, porque todos sabem, a história conta que as florestas da Amazônia, especialmente nessa região do Acre, eram florestas habitadas”, afirmou.
Na avaliação do presidente da FAEAC, o Código Florestal precisa ser revisado para corrigir problemas que surgiram após mais de uma década de vigência. “Um Código Florestal realmente aflorou, depois de 13 anos de vigência, mostrou as suas falhas, os seus problemas. E precisa ser corrigido”, declarou.
Veronez também criticou o que classificou como “populismo ambiental”. “É inaceitável isso. O Estado não vê isso. O que o Estado vê é esse populismo ambiental para achar produtores rurais, causar esse tipo de injustiça tremenda”, disse.
Ao encerrar sua fala, defendeu união do setor e cobrou ações do Congresso Nacional. “Nós precisamos avançar, o Acre precisa crescer. A população precisa ter melhor qualidade de vida, precisamos gerar emprego. E isso o produtor rural sabe fazer”, concluiu.
A audiência foi marcada por depoimentos de produtores rurais sobre conflitos em reservas extrativistas e restrições ao uso da terra.