quarta-feira, 16 julho 2025

Em defesa de produtores, Ulysses detona Marina, Lula e JV durante audiência na Aleac: ‘Entre uma árvore e uma vida, eu escolho a vida’

Por Kauã Lucca, da Folha do Acre

Durante audiência pública realizada nesta sexta-feira, 11, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), que debateu os embargos de terras no estado, o deputado federal Ulysses Araújo (União Brasil) fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) e à ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva (REDE). O parlamentar integrou a bancada federal presente ao evento e utilizou a tribuna do plenário para defender os produtores rurais da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex).

Em discurso incisivo, Ulysses atribuiu à ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, o drama vivido por produtores rurais da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), que tiveram suas criações de gados apreendidas durante a Operação Suçuarana, deflagrada pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMbio). Ulysses classificou a operação como abusiva e excessiva.

A política da florestania foi um conceito desenvolvido no Acre pelo ex-governador petista Jorge Viana (1999–2006), com o apoio da então senadora Marina Silva — à época também filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) —, a quem Ulysses atribui a responsabilidade por esse modelo político. “As nossas escolhas elas definem o nosso futuro. Esse estado escolheu, por muito tempo, a política da florestania. A política da miséria. Esse estado escolheu, por muito tempo, a esquerda pra governar esse estado. E a culpa dessa lei chama-se Jorge Viana e Marina Silva. A perseguição que eles [produtores rurais] estão sofrendo é da Marina, porque ela manda no ICMbio, ela manda no Ibama, ela é a comandante desses órgãos. Então vamos deixar de hipocrisia”, disse o parlamentar.

O parlamentar ainda criticou a condução da operação. “Se fosse o MST que estivesse invadido as terras não teria dois helicópteros lá, não tinha força nacional, não tinha Ibama, não tinha nenhuma polícia lá. Foram nas casas a noite. Eu tenho 30 anos de segurança, até com uma ordem judicial só pode fazer de dia, eles fizeram a noite, isso é abuso de autoridade”, disse Ulysses sobre operação na Resex.

O deputado também rebateu possíveis críticas a seu posicionamento ideológico. “Eu sei que quando eu sair daqui vão dizer que eu sou extrema direita. Se extrema direita for defender Deus, pátria, família, liberdade, democracia e vocês produtores, que eu respeito, então é isso que eu sou, pra mim isso é elogio,” disse.

Ao encerrar sua fala, o parlamentar fez um apelo por mudanças no cenário político do Acre. “O estado do Acre não pode continuar vivendo nessa miséria que está. As árvores, elas podem até ser importantes, mas não são mais importantes do que a vida de cada produtor que está aqui. Se for escolher entre uma árvore e uma vida, eu escolho a vida”, concluiu.

A audiência contou com a presença de parlamentares da bancada federal, estadual, de autoridades, lideranças rurais e representantes de movimentos sociais, e teve como foco principal a situação de produtores rurais atingidos pela operação do ICMbio na Resex Chico Mendes.

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