sexta-feira, 11 julho 2025

Clima entre Lula e Trump entra em colapso: taxação de 50% se torna realidade e gera repercussões econômicas no Brasil e no Acre

Por Adriano Gonçalves, da Folha do Acre

Brasília, 10 de julho de 2025 – O que antes era ameaça agora se tornou realidade. O governo dos Estados Unidos, sob nova gestão de Donald Trump, oficializou nesta terça-feira (9) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, incluindo aço, carne bovina, celulose, madeira processada, couro e grãos. A decisão acendeu o alerta máximo no governo brasileiro e acirrou de vez os ânimos entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida foi publicada por meio de um decreto comercial emergencial assinado por Trump, sob o argumento de “proteger empregos norte-americanos” e combater o que classificou como “práticas desleais de países que subsidiam suas exportações e prejudicam o mercado americano”.

“Estamos colocando a América em primeiro lugar. O Brasil, infelizmente, está entre os que exploraram nosso mercado por muito tempo. Isso acabou”, disse Trump durante um discurso em Dallas.

Lula: “É um ataque brutal ao Brasil”

Do outro lado do continente, o presidente Lula reagiu com veemência. Em pronunciamento transmitido em cadeia nacional, o chefe do Executivo brasileiro chamou a decisão de “um ato hostil, brutal e injustificado contra o Brasil e o povo trabalhador deste país”.

“Não vamos aceitar calados essa agressão. O Brasil recorrerá imediatamente à OMC e mobilizará todos os canais diplomáticos e comerciais contra essa arbitrariedade.” – afirmou Lula.

O Itamaraty já confirmou a convocação do embaixador brasileiro em Washington para consultas, e fontes do Palácio do Planalto indicam que o governo estuda aplicar medidas de retaliação a produtos americanos, além de intensificar acordos bilaterais com China, União Europeia e países africanos.

Repercussões econômicas no Brasil e no Acre

A decisão de Trump impacta diretamente setores-chave da economia brasileira. No Acre, o efeito deve ser sentido especialmente nos produtores de carne bovina, madeira legalizada, borracha natural e castanha, produtos que, nos últimos anos, vinham sendo exportados para os EUA com crescente relevância.

“Essa taxação tira nossa competitividade. Um contêiner de carne ou madeira do Acre, com 50% de tarifa, se torna inviável para o comprador americano. A cadeia produtiva vai sentir isso já nas próximas semanas”, explica o empresário rural Mateus Ferreira, da região do Alto Acre.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac) divulgou nota lamentando a medida e cobrando ações urgentes do governo federal para apoiar os pequenos e médios produtores.

Analistas apontam risco de guerra comercial

Especialistas em relações internacionais avaliam que a decisão de Trump pode abrir uma nova frente de guerra comercial, não só com o Brasil, mas com outros países latino-americanos que também sofreram restrições semelhantes.

“Trump está sinalizando que pretende isolar comercialmente os EUA de qualquer nação que não se alinhe 100% aos seus interesses. Isso rompe a lógica do multilateralismo e pode mergulhar o comércio global em uma nova era de instabilidade”, alerta a professora de política internacional Mariana Diniz, da Universidade de Brasília (UnB).

Dólar dispara, mercados reagem

A notícia também impactou os mercados. O dólar subiu 3,2% frente ao real, fechando em R$ 6,15. A bolsa de valores brasileira teve queda de 2,7%, puxada por ações do setor de commodities. Empresas como JBS, Suzano, Klabin e Gerdau estão entre as mais afetadas.

O que está em jogo:

•🇺🇸 EUA aplicam tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

•🇧🇷 Lula denuncia ataque e promete reação imediata na OMC.

•🌍 Especialistas temem guerra comercial global.

•🐂 Produtores do Acre podem sofrer forte impacto nas exportações.

•📉 Mercados financeiros reagem negativamente à tensão diplomática.

E agora?

Enquanto o mundo assiste à escalada entre duas das maiores economias das Américas, o Brasil tenta reagir diplomaticamente e comercialmente para conter os danos e preservar sua imagem no cenário global. No centro da disputa, trabalhadores, produtores e consumidores de ambos os países podem acabar pagando a conta mais alta.

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