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Caso Yara Paulino: bebê desaparecida pode ter sido entregue a terceiros com consentimento da mãe, revela delegado

Quase quatro meses após o brutal assassinato de Yara Paulino, de 25 anos, linchada em via pública no dia 24 de fevereiro na Cidade do Povo, em Rio Branco (AC), o mistério sobre o paradeiro da filha da vítima, a bebê Cristina Maria, ainda persiste. As investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que revelou uma nova linha de apuração: a possibilidade de que a criança tenha sido entregue a terceiros com o consentimento da própria mãe.

Em entrevista, o delegado Alcino Júnior, responsável pelo caso, afirmou que há indícios de que Yara, que vivia em situação de vulnerabilidade social e era usuária de drogas, teria participado de um possível acordo informal para entregar a filha. “Existe uma prática que descobrimos depois e que não é tão incomum. Muitas vezes, quando nasce uma criança de pais nessa condição, já existe algum tipo de acerto para entregar a criança a terceiros, seja por doação informal ou até por interesses financeiros”, afirmou.

Ainda segundo o delegado, uma das hipóteses é que Yara tenha desistido do acordo, o que poderia ter motivado sua morte. “Parece ser uma mistura entre subtração de incapaz com um consentimento inicial. A mãe pode ter desistido da entrega, o que teria gerado um conflito e, possivelmente, resultado no crime contra ela”, explicou.

Buscas e dificuldades

Desde o início do caso, a Polícia Civil tem realizado diligências em diferentes municípios do Acre. Recentemente, buscas foram feitas em Xapuri e Porto Acre, após denúncias sobre crianças com características semelhantes à bebê desaparecida. No entanto, após verificação, ambas as suspeitas foram descartadas.

“Era tudo muito semelhante, até a data de nascimento coincidia, mas após checagens, constatamos que não se tratava da Cristina”, disse o delegado.

A principal dificuldade da investigação, segundo Alcino, é a escassez de informações sobre a criança. “Só temos uma foto da bebê. Não sabemos como ela estaria hoje, o que dificulta ainda mais as buscas”, lamentou.

Apesar dos avanços, a polícia ainda não conseguiu reunir provas concretas nem identificar quem estaria com Cristina Maria. O caso segue em aberto, e qualquer informação que possa ajudar nas investigações pode ser repassada à Delegacia de Homicídios ou pelo Disque Denúncia 181.

Com informações ContilNet

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