Ex-presidente foi alertado de desgaste, mas, às vésperas de alegações finais da PGR, preferiu se agarrar ao aceno do presidente americano
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) avaliam que o ex-presidente viu no tarifaço de Donald Trump uma tábua de salvação às vésperas de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar suas alegações finais e pedir a sua condenação por tentativa de golpe de Estado, o que ocorreu no fim da noite desta segunda-feira (14).
Mesmo sob risco de desgaste político, Bolsonaro preferiu defender a anistia aos envolvidos na trama golpista como forma de recuar na aplicação de 50% de taxa aos produtores brasileiros.
O ex-presidente foi alertado de que, ao colocar a situação nesses termos, desagradaria o setor produtivo e uma base importante do seu eleitorado, como o agronegócio.
Nas palavras de pessoas próximas, ouvidas pela CNN sob reserva, Bolsonaro estava não apenas certo de que haveria o seu pedido de condenação, mas também não tem dúvida de que será preso em pouco tempo. A previsão é que o julgamento do chamado “núcleo crucial” ocorra já em setembro.
Portanto, no relato desses interlocutores, o ex-presidente, se vendo “sem saída” e “em desespero”, agarrou-se à taxação de Trump, como ele costuma dizer “o homem mais importante do mundo”, como uma última alternativa para livrá-lo de uma condenação.
Trump anunciou a taxação ao Brasil, em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgada nas redes sociais, no dia 9 de julho, cinco dias antes da manifestação final da procurador-geral da República sobre a ação da tentativa de golpe de Estado.
CNN