Ícone do site Folha do Acre

Alexandre de Moraes na mira da Global Magnitsky Act: o Brasil no centro de tensões internacionais

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou-se alvo de atenção internacional ao entrar no radar da Global Magnitsky Act — uma legislação norte-americana que autoriza o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra indivíduos estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos.

A possível inclusão de Moraes na lista sancionatória levanta um alerta diplomático, jurídico e político sem precedentes para o Brasil. Essa legislação, criada em 2016 e nomeada em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitsky, que morreu em circunstâncias controversas em uma prisão russa, já foi usada para congelar ativos, bloquear vistos e restringir movimentações de diversas autoridades ao redor do mundo.

Por que Moraes está sendo citado?

O cerco em torno do ministro Alexandre de Moraes cresceu a partir de denúncias e apelos de parlamentares e entidades internacionais que acusam o magistrado de extrapolar suas funções constitucionais. Entre as principais alegações estão:

•Censura de perfis em redes sociais sem devido processo legal;
•Prisões de jornalistas, influenciadores e parlamentares sem condenação prévia;
•Condução de inquéritos em que atua simultaneamente como investigador, acusador e julgador;
•Restrições à liberdade de expressão sob pretexto de combate à desinformação.
Essas ações, vistas por críticos como abuso de autoridade, vêm sendo amplamente denunciadas em fóruns internacionais e apresentados como violações dos direitos civis garantidos por tratados que o Brasil é signatário.

O que pode acontecer?

Se o Departamento de Estado dos EUA decidir acatar as recomendações de parlamentares americanos que pressionam pela aplicação da lei ao caso brasileiro, Moraes poderá:
•Ter bens e contas bloqueadas em território norte-americano;
•Ficar impedido de viajar para os Estados Unidos;
•Sofrer sanções diplomáticas, com impacto direto na imagem institucional do Judiciário brasileiro.

Um passo perigoso rumo ao isolamento?

A eventual aplicação da Global Magnitsky Act contra uma autoridade do STF representaria uma ruptura histórica entre os Estados Unidos e o Brasil — especialmente no tocante à confiança no sistema democrático e jurídico brasileiro. Para analistas políticos, a situação revela que as fronteiras da diplomacia tradicional estão sendo ultrapassadas por uma nova ordem global que não tolera mais abusos sob o manto da institucionalidade.

A pergunta que paira no ar é: que mensagem o mundo está tentando dar ao Brasil quando um dos seus ministros mais poderosos é considerado um potencial violador dos direitos humanos?

Adriano Gonçalves é colunista internacional da Folha do Acre e escreve sobre geopolítica, religião e cultura global.

Sair da versão mobile