O Acre foi um dos alvos da operação deflagrada nesta terça-feira, 29, pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) que investiga o desvio de verbas públicas destinadas à realização de eventos estudantis de esportes digitais. A ação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpre 16 mandados de busca e apreensão no Acre, Distrito Federal, Paraná e Goiás.
O foco da investigação é a Associação Moriá, sediada em Brasília, que recebeu R$ 15,2 milhões por meio de quatro convênios com o Ministério do Esporte, financiados por emendas parlamentares. O dinheiro teria como finalidade a promoção de jogos digitais entre estudantes no DF e no Espírito Santo. No entanto, há indícios de que os recursos foram usados de forma fraudulenta, com a contratação de empresas de fachada para desviar os valores.
No Acre, agentes federais realizaram buscas em imóveis ligados a empresas e pessoas físicas suspeitas de envolvimento no esquema. Além dos mandados, foram determinados o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens, como veículos e imóveis, que podem ultrapassar R$ 25 milhões.
A Polícia Federal não divulgou os nomes dos alvos da operação, mas confirmou que entre eles estão dirigentes da Associação Moriá e sócios de empresas subcontratadas. Há duas semanas, o ministro Flávio Dino já havia solicitado explicações à Câmara e ao Senado sobre os repasses à entidade, após a publicação de uma reportagem do portal Metrópoles.
De acordo com a matéria citada por Dino, a Moriá recebeu R$ 53 milhões em emendas parlamentares em apenas dois anos e é comandada por um ex-cabo do Exército, um motorista e uma esteticista. A sede da associação, uma sala comercial em Brasília, estava vazia e sem qualquer identificação.
A operação busca agora rastrear todo o percurso do dinheiro público desviado e identificar os beneficiários do esquema que causou prejuízo milionário aos cofres federais.