O Governo do Acre decretou situação de emergência em saúde pública por 90 dias, diante do risco iminente de reemergência e disseminação do sarampo no estado. O decreto, assinado pelo governador Gladson Cameli, foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira, 17, e autoriza a adoção imediata de medidas para conter o avanço da doença.
A medida leva em consideração um parecer técnico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que alerta para o crescimento expressivo dos casos de sarampo em nível global, com destaque para países vizinhos como a Bolívia, que já confirmou mais de 100 casos e declarou emergência nacional. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, até junho de 2025, mais de 88 mil casos foram registrados em 168 países, com forte incidência no Mediterrâneo Oriental, África e Europa.
Nas Américas, o cenário também é preocupante. Segundo o decreto, entre as semanas epidemiológicas 1 e 24 deste ano, foram notificados 7.132 casos e 13 óbitos — um aumento de 29 vezes em relação ao mesmo período do ano passado.
Com a declaração de emergência, a Sesacre está autorizada a tomar medidas administrativas urgentes, realizar despesas emergenciais e editar normas complementares que garantam uma resposta eficaz à situação. Todos os órgãos da administração estadual também deverão priorizar ações voltadas à saúde enquanto durar o decreto.
Entre as medidas previstas estão o reforço da vigilância epidemiológica, a intensificação de campanhas de vacinação e o combate à desinformação, especialmente entre os grupos mais vulneráveis: crianças menores de cinco anos, adolescentes e jovens adultos de até 29 anos.