O governo do Estado do Acre, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), dá mais um passo na luta contra a febre aftosa com o início de um novo ciclo do Programa de Vigilância Baseada em Risco (PVBR), implementado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O programa tem como objetivo adotar estratégias de vigilância mais eficientes e direcionadas, utilizando a análise de risco para identificar áreas e propriedades que demandam maior atenção. Além disso, promove ações de educação sanitária, orientando o produtor rural sobre medidas de biosseguridade essenciais para a prevenção da doença no estado.
Desde o início do primeiro ciclo no Acre, em 2023, mais de 2.240 visitas técnicas foram realizadas em propriedades rurais com presença predominante de espécies suscetíveis à febre aftosa. Agora, com o início do ciclo 2025-2, previsto para o segundo semestre deste ano, a expectativa é de que mais de 600 propriedades rurais sejam vistoriadas em todas as regiões do estado.
Segundo Renan Viana, médico veterinário e coordenador do Programa Estadual de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PEEFA) do Idaf, o novo ciclo do PVBR contempla o monitoramento constante dos rebanhos e ações educativas voltadas aos produtores rurais.
“O Acre possui atualmente mais de 26 mil propriedades com criação de animais suscetíveis à doença e, conforme as diretrizes do PNEFA [Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa], a meta é vistoriar pelo menos 2% desse total a cada semestre, orientando os produtores sobre a importância da notificação imediata de qualquer suspeita clínica compatível com febre aftosa”, explica.
Monitoramento em Tarauacá
A vigilância em lixões e aterros sanitários no Acre também é uma meta preconizada pelo PNEFA e pelo Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS). A iniciativa visa verificar as condições desses locais, uma vez que representam pontos críticos para a disseminação de doenças.
O Idaf mantém uma atuação preventiva para evitar a reintrodução de enfermidades que podem causar grandes prejuízos econômicos, como a febre aftosa e a peste suína clássica, ambas com potencial de impactar severamente rebanhos.
Essas ações incluem a verificação das instalações dos lixões e aterros, garantindo que estejam devidamente cercados e com acesso controlado, para impedir a entrada de animais suscetíveis, fortalecendo a cadeia produtiva e promovendo a integração do Acre aos mercados nacional e internacional.
Para o produtor rural João Paulo Oliveira, que possui uma propriedade ao lado do aterro em Tarauacá, a fiscalização do Idaf é uma garantia de segurança sanitária.
“A gente entende o papel do Idaf e, por isso, sempre abrimos as portas para a fiscalização. Sabemos da importância tanto para nós, como pecuaristas, pois mantemos uma produção saudável, quanto para a defesa agropecuária em todo o estado”, ressalta João Paulo.
“Quando locais como aterros não estão em conformidade com as diretrizes sanitárias, realizamos orientação técnica aos responsáveis, geralmente prefeituras ou secretarias municipais de Meio Ambiente, para que tomem as providências necessárias. O objetivo é impedir que animais tenham acesso a esses locais, evitando a exposição a agentes patogênicos e o risco de embargos sanitários ao nosso estado e ao país”, explica Renan Viana.