Ufac demitiu o professor Regineison Bonifácio após processo administrativo disciplinar, que investigou 9 denúncias de assédio sexual contra o docente.
A Universidade Federal do Acre (Ufac) foi incluída no mapa de casos de violência sexual em instituições públicas de ensino superior, divulgado pelo portal Metrópoles. O levantamento identificou 128 denúncias formais contra professores, técnicos e alunos de universidades e institutos federais em todo o país. Entre os casos, está o do professor Regineison Bonifácio de Lima, do Colégio de Aplicação (CAP), demitido em outubro de 2024 após ser acusado de assédio sexual contra alunas menores de idade.
As acusações, trazidas à tona por estudantes por meio de um vídeo exibido durante uma reunião de pais, incluem desde piadas de cunho sexual até toques físicos não consentidos. Uma das falas atribuídas ao professor, segundo depoimentos, envolvia uma insinuação explícita diante de adolescentes que tomavam sorvete: “Chupam uma ou duas bolas?”, teria perguntado.
Em resposta às denúncias, a universidade instaurou um processo administrativo disciplinar (PAD), afastou o docente por 60 dias e, ao fim das apurações, decidiu pela demissão. O relatório do PAD cita infrações à Lei 8.112/1990, incluindo conduta escandalosa e atentado à dignidade da função pública.
Apesar da decisão da Ufac de punir o professor, a inclusão da universidade no levantamento nacional levanta uma questão desconfortável: o que tem sido feito — ou deixado de ser feito — para prevenir esse tipo de abuso em instituições de ensino?
A Ufac não é a única. O levantamento do Metrópoles aponta para uma tendência de resposta reativa das instituições: na maioria dos casos, providências como a criação de comissões de apuração, afastamentos e demissões ocorrem apenas após os escândalos ganharem publicidade.
A universidade foi procurada para se manifestar, mas até o fechamento da matéria a reportagem do jornal Metrópoles não obteve retorno da instituição.