Em entrevista a um jornal local, o deputado estadual “Tio Pablo” (PSD) fez duras críticas à falta de medidas efetivas por parte da bancada federal e de órgãos estaduais diante da crise provocada pelos embargos ambientais que afetam produtores rurais do Acre. Parlamentar e também produtor rural, Tio Pablo classificou o momento como “uma página da história do Acre que nos envergonha”.
“Vejo com bastante preocupação e tristeza o que está ocorrendo. Nós, como políticos, nos sentimos impotentes frente a essa situação. A Assembleia Legislativa não tem competência para legislar sobre isso, mas temos a responsabilidade de dar voz ao público”, afirmou.
O deputado relembrou que, há dois anos, já havia alertado para os impactos das ações do ICMBio, especialmente na região de Sena Madureira e no Rio Caeté, onde famílias chegaram a fugir para a mata durante operações. “Houve crianças que se perderam na mata naquela ocasião. O problema só vem se agravando desde então”, relatou.
Durante a entrevista, Tio Pablo demonstrou solidariedade aos produtores que ocuparam o plenário da Aleac e destacou que existe atualmente um pedido tramitando na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pela suspensão das ações até que alternativas legais de regularização sejam viabilizadas. No entanto, ele criticou a falta de movimentação da bancada federal acreana.
“Até agora estamos vendo só discursos vazios e rasos. A única iniciativa concreta que temos é um mandado de segurança impetrado pela CNA. Precisamos que nossa bancada saia da inércia e pressione o governo federal, o ICMBio e a Presidência da República para encontrar soluções”, cobrou.
Tio Pablo também criticou a omissão da Secretaria Estadual de Agricultura, afirmando que até o momento nem mesmo uma nota oficial foi emitida em solidariedade aos produtores. “Por mais que eu goste muito do nosso secretário, sou da base, mas a secretaria precisa se posicionar. Não podemos continuar na inércia”, destacou.
Ao final, o parlamentar defendeu que a Assembleia Legislativa seja o espaço de mobilização da causa ruralista. “É aqui o local para que os produtores se manifestem. Precisamos sair do comodismo e começar a brigar de verdade por quem trabalha no campo”, concluiu.