Na manhã desta quinta-feira, 12, foi realizado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) uma audiência pública com representantes de 18 sindicatos de servidores públicos, para discutir demandas salariais e condições de trabalho. A reunião foi proposta pelo deputado Adailton Cruz e contou com a presença de trabalhadores de diversas categorias.
O principal ponto levantado pelos servidores é a reivindicação de um novo Reajuste Geral Anual (RGA), referente às perdas inflacionárias acumuladas nos últimos três anos. Além disso, as categorias cobram a ampliação do auxílio-saúde, atualmente restrito a alguns setores, como a área da Saúde.
“É um movimento importante porque todos os trabalhadores públicos do Acre estão aqui. O pedido deles é a realização de um novo RGA, que é o reajuste linear para os trabalhadores. Eles também desejam estender e criar o auxílio-saúde, pois atualmente apenas a saúde recebe esse benefício”, destacou o deputado Adailton Cruz.
Durante a audiência, os representantes sindicais também denunciaram a defasagem salarial, a precariedade das condições de trabalho e o descaso com o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), principalmente na área da Saúde.
“Eu busco hoje aqui reivindicar um equilíbrio dentro do sistema financeiro. Equilíbrio das classes, valorização, honra, consideração, respeito, que a gente não vê mais. No próximo pleito eleitoral, vamos colocar servidor público na Casa”, afirmou Solange Cruz, representante do Sindicato dos Fazendários do Acre (Sinfac).
A situação dos profissionais da saúde foi um dos pontos mais críticos apresentados. Alesta Amâncio, representante do Sindicato dos Profissionais, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, falou sobre a realidade enfrentada por muitos trabalhadores da categoria.
“Nós vivemos num mundo de escravidão do plantão extra, que é negociado. Se você vai para o movimento, perde seu plantão. Temos muitos aposentados da Saúde passando fome, indo ao sindicato pedir ajuda para comprar uma dipirona. Essa é a realidade. E aí vemos secretário ganhando R$ 35 mil por mês. Pedimos 20% de reposição e dizem que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite. Gastaram mais de R$ 1 milhão para reformular o PCCR e até agora não concluíram. Não há alternativa para nós: é parar e mostrar ao governo que precisamos de um olhar diferenciado”, desabafou.
João Paulo, representante do Sindicato dos Técnicos em Gestão Pública (Sintage), reforçou a necessidade de união entre as categorias para garantir avanços. “O que estamos fazendo aqui é isso: discutindo. Quem não se reúne e não discute não avança, não conquista. Precisamos sanar essas pendências para melhorar o nosso ambiente de trabalho”, disse.