terça-feira, 17 junho 2025

Saerb anuncia projeto para construção de reservatórios e medidas contra desperdício de água na capital

Por Kauã Lucca, da Folha do Acre

O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) anunciou que uma equipe técnica especializada chegará ao Acre nas próximas semanas para iniciar os estudos de viabilidade para a construção de grandes reservatórios de água. A iniciativa integra um plano estratégico voltado à garantia do abastecimento da capital durante períodos de estiagem severa, cada vez mais frequentes nos últimos anos.

De acordo com o presidente do Saerb, Enoque Pereira, o projeto prevê a implantação de reservatórios capazes de abastecer a cidade por até oito meses, mesmo em caso de colapso do Rio Acre. Para isso, será necessária a identificação de áreas com mais de 300 hectares, onde a lâmina d’água alcance até três metros de profundidade.

“Não é qualquer açude que sustenta o abastecimento de uma capital como Rio Branco. A estrutura precisa ser dimensionada com base em estudos técnicos detalhados. Essa equipe nos dará suporte para definir a melhor localização e a viabilidade da obra”, explicou Pereira.

A proposta é que os reservatórios funcionem como uma alternativa de segurança hídrica, com captação de água do Rio Acre nos períodos de cheia, garantindo reserva suficiente para os meses de seca. Além disso, o plano conta com o apoio técnico da Sanasa, empresa pública de Campinas (SP), que realiza um diagnóstico completo da rede de distribuição da capital acreana. O objetivo é corrigir deficiências provocadas pelo crescimento urbano acelerado, que sobrecarregou sistemas antigos.

Outra medida anunciada pelo Saerb é o combate ao desperdício. A partir do dia 7 de agosto, será obrigatória a instalação de boias nas caixas d’água das residências de Rio Branco. A ação visa reduzir as perdas e contribuir para que o município cumpra as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento até 2033.

“O maior desafio que enfrentamos hoje é tanto estrutural quanto ambiental. A dependência do Rio Acre, que tem seu curso iniciado fora do Brasil, nos deixa vulneráveis a fatores externos, como a eventual construção de uma represa na Bolívia. Precisamos nos antecipar e planejar soluções duradouras”, concluiu o presidente do Saerb.

Com informações do ContilNet

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