A capital acreana aparece entre as cinco piores colocadas no ranking do Índice de Progresso Social (IPS) 2025, divulgado na última quarta-feira, 28, pela organização IPS Brasil. Com nota de 62,29, Rio Branco ocupa a 23ª posição entre as 27 capitais brasileiras avaliadas, evidenciando os desafios enfrentados pela cidade na garantia de qualidade de vida à população.
O IPS mede a qualidade de vida com base em três grandes dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades. Os indicadores incluem saúde, educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inclusão e acesso à justiça, entre outros. A pontuação vai de 0 a 100, e Rio Branco ficou abaixo da média nacional em diversos quesitos.
Entre os principais gargalos da capital acreana está a segurança pessoal, com nota alarmante de 42,04, o que coloca Rio Branco entre os piores municípios do país nesse quesito. Os dados apontam altos índices de homicídios, assassinatos de jovens e mulheres, além de mortes no trânsito. A inclusão social também apresentou um desempenho crítico: 44,44, com elevados índices de violência contra indígenas, mulheres e negros, além de pouca representatividade de gênero e racial na Câmara Municipal.
No quesito saúde e bem-estar, a cidade obteve nota 54,62, destacando problemas como mortalidade precoce, obesidade, doenças crônicas e consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Já em qualidade do meio ambiente, a pontuação foi de apenas 54,84, revelando fragilidade na proteção ambiental e alta vulnerabilidade climática.
Apesar do cenário preocupante, Rio Branco apresentou alguns pontos positivos. Um deles é o acesso à educação superior, com nota 71,85, colocando a capital entre as 60 melhores posições do país. A cidade também teve bom desempenho em acesso à informação e comunicação (72,4) e em direitos individuais (61,59), com acesso razoável à justiça e a programas de direitos humanos.
Na área de moradia, a nota foi 79,82, refletindo avanços na infraestrutura domiciliar, como acesso à coleta de resíduos e iluminação elétrica, embora ainda haja desafios quanto à qualidade das habitações.
A pesquisa também avaliou os 22 municípios do Acre, e nenhum deles superou a nota 60, que é considerada um nível mínimo de progresso consistente. Veja o desempenho de cada um:
1- Rio Branco – 62,29
2- Epitaciolândia – 57,19
3- Plácido de Castro – 55,28
4- Cruzeiro do Sul – 54,66
5- Mâncio Lima – 53,62
6- Brasiléia – 52,76
7- Senador Guiomard – 52,81
8- Bujari – 52,57
9- Porto Walter – 52,44
10- Rodrigues Alves – 52,38
11- Acrelândia – 52,28
12- Xapuri – 52,23
13- Sena Madureira – 52,13
14- Assis Brasil – 51,42
15- Capixaba – 50,67
16- Manoel Urbano – 50,22
17- Porto Acre – 49,23
18- Marechal Thaumaturgo – 48,43
19-Jordão – 48,26
20- Tarauacá – 47,62
21- Feijó – 44,39
22- Santa Rosa do Purus – 44,25
O ranking nacional evidencia uma forte desigualdade regional. Capitais como Curitiba (69,89), São Paulo (68,88) e Belo Horizonte (68,22) aparecem entre as melhores colocadas, enquanto Salvador (62,05), Maceió (61,48), Macapá (58,72) e Porto Velho (57,25) figuram ao lado de Rio Branco entre as piores. O estudo revela uma disparidade marcante entre as regiões Sul e Sudeste em relação ao Norte e Nordeste.
Os dados permitem uma análise detalhada de cada município, destacando os pontos fortes e indicando as áreas que exigem atenção urgente. Isso reforça a necessidade de políticas públicas mais eficientes, voltadas ao enfrentamento das desigualdades e à promoção do bem-estar da população, especialmente em capitais como Rio Branco, que ainda enfrentam sérias dificuldades socioeconômicas.