quinta-feira, 12 junho 2025

Recado para Binho Marques: quem deixa o Acre, leva só a mala e perde a moral

Coluna da Gina Menezes

Binho Marques

Binho Marques ressuscitou. Reapareceu. Não em Sena Madureira, Xapuri ou Jordão. Reapareceu via Google Docs, em um artigo na internet, onde critica à distância a qualidade da educação do Acre.

Não basta

Há quem pense que basta ter ocupado uma cadeira importante no passado para ganhar o direito vitalício de opinar sobre tudo. E mais: de se colocar como arauto da moral, mesmo morando a mil quilômetros de distância dos problemas que atingem o povo acreano hoje.

Para bem longe

Sim, estou falando de Binho Marques. O ex-governador que um dia teve o Acre nas mãos, mas que, assim que saiu do poder, fez as malas e foi embora. Não para Xapuri. Não para Brasiléia. Nem sequer para Cruzeiro do Sul. Foi para Brasília e, depois, para Cuiabá. Ou seja: longe. Bem longe.

O melhor lugar para se viver

“O melhor lugar da Amazônia para se viver”. Este era o slogan amplamente utilizado durante o governo de Binho. Parece que ele mesmo não acreditava nisso, pois do contrário não teria deixado o Acre para morar em outros estados.

Onde tu mora, Binho?

E agora, como num passe de mágica (ou de nostalgia conveniente), reaparece com artigos e críticas como se ainda estivesse aqui, vivendo na pele o calor abafado do cotidiano, as filas dos postos de saúde, o ônibus lotado ou as goteiras das escolas. A pergunta que não quer calar: Binho, tu mora onde mesmo?

O Acre mudou

O que ele não percebe ou finge não perceber é que o Acre mudou. O tempo passou. E quem escolhe sair do estado, quem decide viver outra realidade, também escolhe abrir mão do direito de falar em nome de um povo que já não partilha da sua experiência.

Ignorou

Binho Marques ignorou os avanços de Tião Viana ao publicar seu texto, o que não pegou bem. No jogo deles, vale tudo, até apagar a memória dos próprios aliados. Isso é PT sendo PT.

Não é novidade

Falar que há dificuldades na zona rural é como dizer que o céu é azul. Não é novidade, é cenário histórico. O PT teve décadas e não chegou lá. Agora finge surpresa.

Incomodados

Estão tentando governar com um bloco que perdeu a caneta. A narrativa é de crise, mas o que incomoda é o avanço.

Compromisso diário

Porque o Acre, com todos os seus problemas e potencialidades, exige presença. Exige suor. Exige compromisso diário e não lembranças pontuais embaladas por uma saudade politicamente seletiva.

Nao adianta

Quem está fora, está fora. Não adianta pegar carona nas angústias alheias para alimentar a velha retórica do “no meu tempo era melhor”. Tempo esse que, aliás, não segurou nem o próprio protagonista no lugar.

Não pega

Uma dica, Binho: cuidado ao pegar corda do Jorge Viana. Nessa altura do campeonato, até o eco do discurso está cansado.

Recado

Portanto, fica o recado: quem deixou o Acre, deixou. E quem fica fora, não pode querer posar de consciência crítica de um estado que hoje enfrenta outras dores e busca outras soluções.

Comentarista de arquibancada

Não dá para ser comentarista de arquibancada e querer respeito de quem está no campo levando chute.

Gente que esteja aqui

O Acre precisa de gente que esteja aqui. Com os pés no chão batido. Com o olhar nas comunidades.

Aberson Carvalho

A presidente do Tribunal de Contas do Estado, Dulce Araújo, determinou o afastamento do secretário de Educação, Aberson Carvalho.

Monocrática, estilo Moraes

A decisão de Dulce Araújo é monocrática, estilo Alexandre de Moraes, observou um amigo jornalista ao explicar que a presidente do TCE/AC não ouviu os pares na tomada de decisão.

Bom dia a todos

Publicidade