O prefeito de Acrelândia, Olavinho Boiadeiro, confirmou sua pré-candidatura a deputado estadual nas eleições de 2026. A afirmação foi feita durante sua participação no FolhaCast, podcast da Folha do Acre, na última quarta-feira, 25. Segundo ele, a decisão surgiu da percepção de que Acrelândia precisa de maior representatividade na esfera estadual.
“Esse é um projeto que o nosso grupo já vem estudando há um tempo e, graças a Deus, está ganhando força. Eu acredito que, se Acrelândia tiver um deputado estadual, a presença do Estado no município será maior, porque, de certo modo, somos um pouco esquecidos pelo Estado. Tem coisas que poderiam ser resolvidas mais rápido se tivéssemos um representante direto na Assembleia”, afirmou o prefeito.
Durante a entrevista, o prefeito fez um balanço da sua gestão, marcada por investimentos em infraestrutura, educação, saúde e fortalecimento da zona rural. Com mais de 70% de aprovação popular, Olavinho destacou que sua administração conseguiu realizar obras e ações que, segundo ele, não foram feitas por prefeitos anteriores.
“A gente conseguiu fazer em Acrelândia o que a maioria dos prefeitos que passaram não fez. Trabalhamos nos ramais durante quatro anos e nunca pedimos um litro de combustível para ninguém, algo que, anteriormente, era feito. Antes, quando havia um problema em uma ponte, às vezes demorava um mês, dois meses para recuperar. Com a gente, isso não aconteceu. Em dois ou três dias, no máximo, já estávamos lá, dando suporte, atendendo e garantindo a passagem naquele local. Devido a isso, tivemos uma aceitação muito grande”, contou Olavinho.
O prefeito ressaltou que aproximadamente 45% da população do município vive na zona rural, o que reforça a importância das ações voltadas ao campo. “Eu sofri muito quando trabalhava comprando e vendendo gado. Já vi caminhão atolado em pleno mês de agosto. Em 2012 ou 2013, falei: vou ser prefeito para consertar essa estrada. Devido a isso, a gente trabalhou muito no ramal e vamos continuar trabalhando”.
Na área de infraestrutura urbana e das secretarias municipais, Olavinho destacou o reforço na frota de máquinas e veículos. “A Secretaria de Agricultura não tinha nenhuma máquina. Hoje, tem várias. A Secretaria de Obras tinha duas caçambas, sendo uma com motor fundido, e duas patrulhas velhas. Hoje, temos sete caçambas, cinco patrulhas e cerca de sete pás carregadeiras. Estamos com uma secretaria muito bem estruturada hoje”, detalhou.
Na educação, embora reconheça dificuldades com aquisição de ônibus escolares, ele destacou avanços. “Já conseguimos seis ônibus novos durante o mandato, quatro ou cinco comprados com recurso próprio e um através de aquisição do governo federal. Em breve, teremos uma frota praticamente nova na educação”, afirmou.
Olavinho também falou sobre a articulação política com a bancada federal, destacando que Acrelândia já recebeu mais de R$ 90 milhões em emendas nos últimos quatro anos, destinados à aquisição de equipamentos, asfaltamento de ruas, construção de prédios, pontes e reforma do estádio de futebol.
“São recursos que a maioria veio dos nossos parlamentares, deputados federais e senadores. Eu não posso deixar de citar a nossa ex-deputada federal Mara Rocha, que destinou quase R$ 17 milhões para Acrelândia. Todos esses recursos foram executados, nenhum centavo foi perdido”, disse.
Ele ainda comentou sobre o equilíbrio fiscal da gestão, mesmo com desafios herdados. “Pagamos R$ 7 milhões em precatórios nos últimos quatro anos. Era dinheiro que poderia ser investido em infraestrutura, mas optamos por quitar. Ainda temos cerca de R$ 15 milhões em dívidas antigas. Mesmo assim, conseguimos manter salários e fornecedores em dia. Hoje, temos uma situação financeira controlada”, garantiu.
Durante o podcast, o prefeito também abordou sua visão sobre política nacional e criticou a polarização entre Lula e Bolsonaro. “Quem perde com isso é o povo brasileiro. Quando há radicalismo de um lado ou de outro, ninguém sai ganhando. Isso não é bom para ninguém. Não é bom para o Brasil. Não é bom para o país. O país deveria se unir em prol de melhorias gerais. A política é passageira. Vivemos em um país maravilhoso, que tem tudo: floresta, água, clima. Mas estamos mal nos rankings mundiais. Acredito que o problema é político. O Brasil pode viver quase de forma autossuficiente, mas falta união e consciência coletiva”, opinou o prefeito.
Sobre sua relação com a oposição, Olavinho adota uma postura conciliadora. “Eu não levo para o coração. É claro que nem tudo que a gente quer, a gente consegue fazer. Se às vezes eu não faço algo, não é porque eu não quero, é porque eu não posso. Jamais vou deixar de fazer algo que vai beneficiar o povo, seja indicado por alguém do meu lado ou contra mim, eu vou fazer”, afirmou.
A entrevista completa está disponível no canal da Folha do Acre no YouTube.