sexta-feira, 13 junho 2025

“Não se pode transformar isso em palanque político”, diz Gonzaga sobre denúncias na Educação

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

Durante a sessão desta quarta-feira, 11, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Luiz Gonzaga relembrou sua trajetória escolar e fez um desabafo sobre a situação da educação rural no estado. Ele criticou a politização das denúncias recentes envolvendo escolas em condições precárias, destacadas em reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, 8.

Gonzaga relatou suas primeiras experiências escolares quando morava na região do Seringal Val Paraíso, onde, ainda criança, precisava atravessar um rio e caminhar pela praia para chegar à escola.

“Era uma escola simples, não tinha parede, mas pelo menos tinha assoalho, porque era uma área alagadiça. Foi ali que eu aprendi a tabuada na base da palmatória”, contou.

O parlamentar disse que acompanha a situação da educação rural desde que assumiu seu primeiro mandato, em 1998, e afirmou que as dificuldades não são novidade.

“Esse problema de escola rural existe desde aquele tempo. Eu mesmo já tirei fotos de escolas só com o chão batido e sem paredes. Isso não é de hoje, vem de muito tempo”, ressaltou.

Luiz Gonzaga criticou o uso político das denúncias, argumentando que agora muitos tentam atacar o governo por conta da repercussão nacional do caso. “Agora que apareceu no Fantástico virou problema? Isso sempre existiu. Não se pode transformar isso em palanque político”, afirmou.

Ele também rebateu críticas sobre o desempenho da educação no Acre, citando dados oficiais que indicam avanços nos índices educacionais ao longo dos anos.

“O próprio Ministério da Educação mostra crescimento no ensino fundamental, inclusive durante a gestão de Abserson Carvalho na Secretaria de Educação. O problema existe, mas também houve avanços”, disse.

O parlamentar reconheceu que a situação das escolas precisa ser resolvida, mas defendeu que o debate seja feito de maneira responsável e sem interesses políticos.

“A gente tem que cobrar soluções, mas sem oportunismo. A precariedade das escolas não começou agora e não pode ser usada apenas para ataques políticos”, concluiu.

Publicidade