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Estudante denuncia que gado apreendido na propriedade da família está solto na BR: “Pode causar acidente, matar uma pessoa”

A estudante de Medicina Mariana Rodrigues denunciou, por meio de suas redes sociais, supostos maus-tratos a um rebanho bovino de propriedade da sua família, localizado dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. Segundo a acadêmica, os animais foram apreendidos durante a Operação Suçuarana, conduzida por agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e desde então estariam sendo mantidos em condições inadequadas.

O gado pertence ao produtor rural Gutierri Rodrigues, pai da denunciante. A apreensão teria ocorrido no último sábado, com o transporte dos animais realizado no domingo. No entanto, Mariana afirma que, até esta terça-feira, 17, os animais estavam confinados em um curral sem alimentação adequada, expostos ao sol e em situação de abandono.

“Esse gado estava preso desde sábado em curral. Acordamos com vídeos do gado todo na estrada. A gente não sabe como aconteceu. O gado não é mais responsabilidade nossa, agora é do ICMBio. É muita irresponsabilidade. Esse gado pode causar um acidente na BR, matar uma pessoa inocente ou até sofrer mais ainda”, desabafou a estudante em vídeo publicado online.

Ela ainda relata que entre os animais há bezerros e garrotes, alguns destinados ao abate, que estariam visivelmente debilitados. Mariana também questiona a ausência de atuação de órgãos como o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF) e do Ministério Público. “O IDAF vendo tudo isso, com veterinário lá, não falou nada. O gado está fraco, judiado. Já tinha ficado preso antes, mais de um dia no curral. Tenho certeza que vai ter gado que não vai levantar mais”, afirmou.

A Operação Suçuarana tem como foco combater atividades ilegais dentro da Reserva Chico Mendes, incluindo desmatamento e criação irregular de gado. A Resex é uma área de proteção ambiental onde práticas como a pecuária extensiva são proibidas ou rigidamente controladas. Até o momento, o ICMBio não se pronunciou sobre a denúncia. Também não houve manifestação por parte do Ministério Público do Acre ou do IDAF.

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