Durante a solenidade oficial em comemoração aos 63 anos de emancipação política do Acre, realizada neste sábado, 15 de junho, o governador Gladson Cameli fez um pronunciamento carregado de simbolismo, dados de gestão, reconhecimento histórico e um claro apelo por pacificação política no estado.
Falando para autoridades, convidados e representantes da sociedade civil, o governador iniciou sua fala com um agradecimento ao povo acreano pela oportunidade de governar e conduzir o estado em um período desafiador.
Logo no início do discurso, Gladson ressaltou que o Acre não começou apenas há seis décadas. Ele fez questão de lembrar das raízes indígenas, dos povos originários que já habitavam a região há mais de 2.500 anos, e destacou a importância do legado histórico deixado por eles.
“Temos registros no solo que podem ter mais de 2.500 anos. O Acre é maior, é ancestral, é generoso e aguerrido”, afirmou o governador.
Retrospectiva da gestão: segurança, saúde e educação
Ao apresentar os avanços de sua gestão, Gladson citou como principal feito a redução histórica dos índices de homicídio nos últimos seis anos. “Realizamos a maior redução de homicídios da história, melhorando a segurança pública que antes era crítica”, disse.
Na saúde, destacou a inauguração de hospitais no interior, os mutirões de atendimento e o andamento das obras de um novo Hospital de Emergência e de uma nova maternidade.
Na educação, o governador reconheceu que há muito a ser feito, mas ressaltou as ações já realizadas, como a entrega de uniformes, materiais escolares, tablets e a implementação de uma refeição extra para os alunos em grande parte das escolas públicas.
Gladson também anunciou o início das obras para a criação da tão sonhada Universidade Pública Estadual, um dos projetos mais ambiciosos de sua gestão.
No setor de geração de empregos, o governador lembrou que seu governo realizou mais de 4 mil contratações por meio de concursos públicos, além de ampliar o apoio ao produtor rural, historicamente alvo de perseguições, segundo ele.
Pedido de união e equilíbrio político
Um dos momentos mais marcantes do discurso foi quando o governador fez um apelo direto por paz e equilíbrio na política local, num claro recado aos recentes conflitos institucionais e embates entre órgãos de controle, governo e outros poderes. “Os detentores de cargos públicos não podem e não devem sucumbir ao calor da fogueira de egos, movidos por interesses de grupos políticos. Ações intempestivas, tomadas pelo sentimento de vingança ou pelo desejo de poder, prejudicam o Estado, sua população e o seu destino.”
O trecho foi interpretado por muitos presentes como uma resposta aos embates recentes envolvendo o governo estadual e o Tribunal de Contas.
Gladson encerrou o discurso com um tom de otimismo, dizendo que o Acre seguirá avançando: “Nomes e pessoas passam. Sempre irão passar. O Acre, esse, sempre existirá”.