O delegado Cristiano Bastos, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que os envolvidos na investigação da morte da advogada Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, atropelada em frente a uma casa noturna em Rio Branco no último sábado, 21, serão ouvidos novamente. A vítima estava acompanhada de amigos, entre eles o advogado Keldheky Maia da Silva, que efetuou disparos de arma de fogo no local. Segundo o delegado, caso fique comprovado que alguma das testemunhas mentiu durante os depoimentos prestados à Delegacia de Flagrantes (Defla), poderão ser indiciadas por falso testemunho.
De acordo com o inquérito ao qual o site ac24horas teve acesso, os advogados João Felipe de Oliveira Mariano e Bárbara Maués Freire – casal que estava com Juliana e Keldheky na noite do crime – alegaram não ter visto ou ouvido disparos. João Felipe afirmou que não se lembra de ter ouvido tiros nem de ter visto alguém armado. Já Bárbara declarou que não viu ninguém com arma de fogo e tampouco escutou os disparos.
No entanto, imagens obtidas posteriormente mostram que os dois estavam a poucos centímetros de Keldheky no momento dos tiros, o que levanta dúvidas sobre a veracidade dos relatos.
“Se ficar evidenciado que alguém mentiu no depoimento dado na Defla, o delegado responsável deve tomar providências. Já aqui na DHPP, com as imagens em mãos, será possível esclarecer em que circunstâncias ocorreram os disparos. Toda testemunha é advertida sobre a obrigação de dizer a verdade, sob pena de incorrer no crime de falso testemunho. Se identificarmos que houve omissão ou mentira, a pessoa pode ser indiciada”, destacou o delegado Cristiano Bastos.
Keldheky Maia optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento. Ele é sócio do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC), Rodrigo Aiache, em uma empresa de consultoria e assessoria jurídica.
A advogada Bárbara Maués, que atualmente preside o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/AC e é procuradora de Justiça Desportiva do STJD no Acre, afirmou ao ac24horas nesta segunda-feira, 23, que não mentiu, apenas não se lembra dos fatos.
“O que falei é que não tenho lembrança de ter visto ou ouvido os disparos. Fui agredida, perdi minha irmã, é natural que minha memória esteja comprometida. Deixei isso claro no meu depoimento. Se quiserem fazer uma matéria tendenciosa para lançar suspeita sobre mim, que sou vítima, fiquem à vontade. Nada vai ser mais doloroso do que a perda da minha irmã”, declarou.
João Felipe, ainda não se pronunciou sobre o caso.
As investigações continuam sob responsabilidade da DHPP.