Na manhã desta terça-feira, 24, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou uma Tribuna Popular proposta pelo vereador Aiache (PP) com o objetivo de debater os riscos de zoonoses causadas por animais errantes na capital acreana. A sessão contou com a presença de representantes da saúde, proteção animal e especialistas da área veterinária.
O debate teve como foco as doenças transmitidas entre animais e seres humanos, como raiva, leishmaniose, esporotricose, verminoses e outras patologias com potencial de causar sérios danos à saúde pública e ao meio ambiente.
Durante sua fala, o vereador Aiache destacou a importância do tema: “É muito importante trazer o conhecimento da nossa população, trazer para esta Casa o que a gente pode fazer para melhorar a situação dos animais de rua, o controle de zoonoses, o hospital veterinário público. Precisamos de conhecimento técnico para que todos os vereadores saibam como ajudar”, afirmou.
Entre os pontos levantados no encontro, especialistas reforçaram que zoonoses são doenças transmitidas entre animais e humanos, e que muitos dos animais errantes — aqueles que vivem nas ruas sem tutor — podem ser reservatórios de doenças mesmo sem apresentar sintomas.
O crescimento da população de animais de companhia no Brasil também foi citado como fator de alerta. Atualmente, o país possui mais de 84 milhões de pets espalhados por cerca de 37 milhões de domicílios. Muitos desses animais, ao serem abandonados, tornam-se foco de transmissão de doenças, o que reforça a urgência de políticas públicas eficazes.
Apesar de o abandono de animais ser considerado crime pela Lei Federal 9.605/98, a prática segue crescendo no país. A falta de consciência da ligação entre saúde animal, meio ambiente e saúde humana agrava o problema, evidenciando a necessidade de ações educativas e preventivas.
A tribuna também discutiu a importância da abordagem intersetorial para combater o avanço das zoonoses. O conceito de “Saúde Única”, que une os setores da saúde, meio ambiente e agricultura, foi apontado como um caminho prioritário para os municípios.
Outro ponto esclarecido foi o papel do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que é vinculado ao SUS e não deve ser confundido com um hospital veterinário. Já os animais abandonados que não apresentam sinais de doenças transmissíveis são de responsabilidade dos órgãos municipais de meio ambiente.