terça-feira, 15 julho 2025

Aliança EUA-Israel se fortalece contra o Irã em meio à disputa por domínio no Oriente Médio

Por Adriano Gonçalves, da Folha do Acre

Em meio a uma das fases mais delicadas da geopolítica moderna, os Estados Unidos e Israel reforçam sua aliança estratégica diante do avanço da influência iraniana no Oriente Médio. O cenário atual aponta para uma crescente tensão militar e diplomática que pode redesenhar os limites de poder na região, trazendo implicações globais profundas.

A parceria histórica entre Washington e Tel Aviv, que já vinha se estreitando nos últimos anos, ganhou contornos ainda mais firmes com os recentes exercícios militares conjuntos, troca de inteligência e apoio explícito da Casa Branca às ações israelenses contra alvos iranianos. Segundo fontes do Pentágono, o objetivo é conter o que chamam de “ambições nucleares e expansionistas” do regime iraniano, considerado uma ameaça direta à estabilidade do Oriente Médio.

Por outro lado, o Irã tem fortalecido alianças regionais com grupos como o Hezbollah, no Líbano, e milícias xiitas no Iraque e na Síria, desafiando a influência ocidental e promovendo um eixo de resistência. Essa movimentação tem acendido alertas em diversas capitais do Ocidente, que temem um conflito de grandes proporções caso as provocações ultrapassem os limites da diplomacia.

Israel, por sua vez, tem intensificado sua atuação ofensiva, realizando ataques cirúrgicos contra bases iranianas na Síria e sabotagens cibernéticas em instalações nucleares. Em resposta, o Irã promete represálias “no tempo e forma que escolher”, mantendo o clima de guerra fria em ebulição constante.

No campo político, líderes dos EUA e de Israel têm mantido um discurso unificado sobre a “necessidade de neutralizar a ameaça iraniana antes que ela atinja um ponto irreversível”. Analistas veem essa narrativa como uma estratégia para legitimar futuras ações militares preventivas, caso a diplomacia internacional fracasse.

Especialistas em relações internacionais alertam para o risco de que essa disputa se transforme em um conflito direto de grandes proporções, afetando não apenas o Oriente Médio, mas também os mercados globais e a segurança internacional. O petróleo, por exemplo, já registra alta diante da instabilidade na região.

Enquanto o mundo observa, o Oriente Médio segue como palco de uma disputa milenar atualizada com armas modernas, alianças estratégicas e interesses que ultrapassam fronteiras. A questão que permanece é: até onde irão EUA e Israel para conter o Irã — e qual será o custo global dessa decisão?

Adriano Gonçalves é colunista internacional da Folha do Acre e escreve sobre geopolítica, religião e cultura global.

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