quarta-feira, 18 junho 2025

Acreano Thales Falcão integra Programa de Atleta de Alto Rendimento do Exército Brasileiro

Redação Folha do Acre

Atleta de vôlei de 30 anos, natural de Sena Madureira, entrou no PAAR em 2020 e anualmente faz reciclagem no Rio de Janeiro. Ele defendeu o Joinville Vôlei na última temporada

O acreano Thales Falcão, 30 anos, atleta de vôlei que na temporada 2024/2025 atuou pelo Joinville Vôlei, integra o Programa de Atleta de Alto Rendimento (PAAR) do Exército Brasileiro desde 2020.

Natural do município de Sena Madureira, no interior do Acre, ele atua na posição de central e desde que passou a fazer parte do PAAR, anualmente precisa cumprir uma semana de reciclagem no Centro de Capacitação Física do Exército e Fortaleza de São João, na Urca, no Rio de Janeiro (RJ). Este ano, ficou na unidade entre os dias 25 e 30 de maio.

– Entrei no programa em 2020 pra representar o Brasil em competições mundiais. Eu pertenço ao PAAR CCFEX. A gente procura fazer (a reciclagem) sempre quando acaba a Superliga, que a gente tem um pouco mais de tempo. Ela é obrigatória pra cumprimento do nosso serviço militar pra manter o condicionamento físico. Quando tem campeonatos, jogos mundiais pra representar o Brasil, a gente se desloca de onde estiver, seja em qualquer lugar do mundo, e vai pra essa missão de representar com excelência o nome do Brasil, o nome das forças armadas, do Exército Brasileiro – destaca.

A última competição em que a seleção de vôlei do Exército Brasileiro participou foi o Campeonato Mundial na China, em 2020. Naquela ocasião, Thales Falcão não esteve presente. A próxima competição está marcada para 2027, os Jogos Mundiais Militares, nos Estados Unidos.

– Infelizmente não tive o prazer de participar porque a logística não ajudou e foi o ano que ingressei também no exército. Fora essas competições teve outras combinações de competição, mas infelizmente, elas não foram efetivadas e realizadas pelo fato de que o Brasil passou por umas dificuldades financeiras e acabou que não deu pra gente se deslocar pra outro país para representar o Brasil nessas competições mundiais.

O acreano fala sobre o sentimento de poder representar o Brasil e o Acre no Exército através do esporte e a importância do processo de reciclagem dentro do PAAR.

– Hoje é um orgulho muito grande estar representando meu país, representando meu estado e estar conciliando isso com o que eu amo, que é jogar voleibol. E através do vôlei estar representando meu país em competições mundial também vestindo as cores do meu país, levando as cores da nossa bandeira pelo mundo afora em competições e até dentro Brasil. Dentro do Brasil, o papel principal do atleta militar é levar a imagem da força, levar a imagem do exército com uma força maior – afirma.

– Hoje posso usufruir de uma estrutura gigantesca do exército brasileiro. Quando estou de férias, a gente vai para a Urca fazer a reciclagem e lá consigo conciliar o treino que favorece a minha modalidade. Consigo treinar vôlei, fazer uma academia, fazer natação, correr na pista de atletismo que está disponível pra gente o tempo inteiro. Consigo, principalmente, usufruir da medicina militar. A gente faz exames de sangue, monitoramento cardíaco e vários outros exames – completa.

Sonho de criança

Integrar o Exército Brasileiro esteve nos sonhos de Thales Falcão desde a infância no interior do Acre. E poder realizar esse sonho unido com o esporte é visto por ele como a combinação perfeita.

– Sempre foi um sonho representar o Exército Brasileiro. Quando criança e morava no Acre ainda, em Sena Madureira, tinha muita vontade e um sonho de poder ser militar um dia, mas infelizmente na minha cidade a gente não contava com esse recurso, com essa possibilidade. O vôlei apareceu na minha vida, virei atleta de alto rendimento e cinco, seis anos depois, tive o privilégio de estar representando o Brasil e de me tornar atleta militar. Com isso, hoje consigo realizar o sonho de criança que tinha de ser militar, de representar meu país. Consigo sentir a mesma sensação, o mesmo prazer, o mesmo orgulho sendo atleta militar e fazendo parte do Exército Brasileiro – diz.

Início no vôlei

Thales Falcão começou a praticar vôlei na adolescência em Sena Madureira. Ele se destacou em competições locais e, após participar de uma competição em Porto Velho, capital de Rondônia, foi convidado para ter a primeira oportunidade em um time profissional.

– Descobri o voleibol um pouco tarde pro cenário nacional, mas muito cedo pro cenário acreano, por volta dos meus 16 pra 17 anos. Conheci o voleibol jogando em uma quadrinha de chão de barro no bairro da Vitória, na Igrejinha (em Sena Madureira). Através disso fui convidado pra jogar na Praça 25 de Setembro. Lá tive a oportunidade de ser convidado para jogar num time de Rio Branco, na capital. Fui convidado pra jogar em Porto Velho, representando o time do Acre com meus 17 pra 18 anos, em 2015. Fomos campeões e recebi o convite de um outro atleta que jogava num time de Porto Velho para jogar vôlei profissional – relembra.

– Não pensei, na hora já falei que sim, que aceitaria esse convite. Daí comecei a jogar vôlei profissional. Foi tudo tão rápido, mas Deus sempre teve um propósito na nossa vida, sempre sonhei ter um futuro melhor e hoje, graças a Deus, consigo jogar voleibol e através do vôlei consigo sustentar a minha família – ressalta.

Futuro no Brasil

Thales defendeu o Joinville Vôlei por dois anos, mas não vai seguir no clube para a temporada 2025/2026. Ele tem propostas de algumas equipes e deve definir o futuro nos próximos dias. Existia a possibilidade de fechar com o Juiz de Fora Vôlei, time pelo qual atua seu irmão Marcelo Falcão, mas as partes não chegaram a um acordo. Por enquanto, a certeza é de que vai seguir atuando no Brasil e na próxima temporada os irmãos Falcão estarão na Superliga de Vôlei como adversários.

– Hoje estou em negociação com um time. As coisas estão andando bem, graças a Deus. Infelizmente não deu para jogar no mesmo clube do meu irmão. Não chegamos a um acordo, mas a chance de ficar no Brasil é muito grande, quase que 100%. Estou em negociação com um time aqui no Brasil mesmo pra também ter o privilégio de jogar contra o meu irmão, também estar atuando na Superliga junto com ele. E tenho certeza que vou ver o meu irmão muito e a gente vai atuar na mesma Superliga, isso é certo. Já descartei a possibilidade de ir pra fora do Brasil. Os irmãos Falcão vão estar na Superliga – destaca.

Antes de chegar ao Joinville Vôlei, Thales Falcão atuou pelo Benfica, de Portugal, onde foi campeão nacional vencendo a Taça de Portugal e a Supertaça.

– Saí do Benfica, voltei pro Brasil há dois anos. No Benfica fui campeão nacional, tive a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões, uma das competições mais fortes do mundo. Fui campeão da Taça de Portugal, da Supertaça, tive uma passagem muito boa pelo Benfica e retornei ao Brasil para jogar pelo Joinville Vôlei. Representei essa equipe por dois anos. Meu contrato se encerra este mês (de junho) e já vou estar pronto pra assinar com outra equipe – finaliza.

Fonte: Globo Esporte

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