Ícone do site Folha do Acre

Acre ultrapassa 7 mil km² de desmatamento em 16 anos e lança operação para conter avanço

O Acre volta ao centro das atenções com um dado preocupante: mais de 7,2 mil km² de floresta foram destruídos no estado entre 2008 e 2024. As informações são do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora por satélite o avanço do desmatamento na Amazônia Legal.

Embora ocupe uma das menores áreas da região amazônica, o Acre aparece entre os cinco estados que mais desmataram no período. O levantamento indica que o estado é responsável por cerca de 5,5% de toda a devastação registrada nos últimos 16 anos na Amazônia Legal — atrás apenas de gigantes como Pará, Mato Grosso e Amazonas.

A trajetória da destruição no estado revela uma escalada preocupante. Após registrar uma das menores taxas da série histórica em 2009, com 161,73 km², os números cresceram de forma acentuada a partir de 2018. O auge veio em 2022, quando o Acre alcançou o maior índice já registrado: 1.005,86 km² de floresta derrubada.

Nos dois anos seguintes, os dados indicaram queda — 462,95 km² em 2023 e 409 km² em 2024 —, mas ainda acima da média registrada na década anterior. Especialistas alertam que a desaceleração não significa reversão da tendência.

Em resposta à pressão crescente sobre os ecossistemas locais, o governo estadual lançou em 2025 a Operação Contenção Verde. A medida, considerada uma das mais abrangentes dos últimos anos no combate ao desmatamento ilegal, mobiliza uma força-tarefa com órgãos ambientais, segurança pública e instituições federais, em parceria com programas de cooperação internacional.

A iniciativa, segundo o governo, mira municípios considerados críticos e busca não apenas conter a derrubada da floresta, mas também ampliar a fiscalização em áreas remotas e vulneráveis.

Sair da versão mobile