O Acre está entre os 14 estados brasileiros com as maiores taxas de abandono vacinal infantil, de acordo com o Anuário VacinaBR 2025, divulgado nesta terça-feira (17). O levantamento revela que mais da metade das crianças acreanas não retornam para tomar a segunda dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — comprometendo a eficácia da imunização e aumentando o risco de reintrodução de doenças já controladas.
Além da tríplice viral, outras vacinas como a pneumocócica e a contra o rotavírus também apresentam baixa adesão à segunda dose, o que dificulta o alcance das metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), mesmo em locais com boa cobertura da primeira aplicação.
O estudo foi elaborado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Unicef, com base em dados de vacinação entre 2000 e 2023. A análise mostra que, apesar do aumento da cobertura vacinal registrado pelo Ministério da Saúde em 2024, ainda há fortes desigualdades regionais — especialmente nos estados da Amazônia Legal, como o Acre.
Como solução, o relatório sugere estratégias regionais específicas, como ampliação do horário de funcionamento dos postos, vacinação aos finais de semana, campanhas casa a casa em áreas remotas e ações itinerantes em comunidades com acesso precário à saúde.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que conseguiu reverter a tendência de queda na vacinação após quase dez anos de retrocessos. A pasta informou ainda que, entre 2023 e 2024, 13 das 16 vacinas infantis registraram aumento na cobertura, incluindo a tríplice viral, que teria ultrapassado a meta nacional de 95%.